textos de própria autoria, de própria vida. minha vida, sua vida, nossa vida.



sábado, 26 de janeiro de 2013

prosa de família


sábado. 9h. olhando fotos de família. ligo para minha avó materna:

- Vó Vanda, que ano você nasceu?
- 1942.
- E a sua mãe, a Cida?
- 1925.
- E a Leonor mãe da sua mãe (minha tataravó)?
- Ah, não lembro. 
- E qual a história da sua avó?
- Ela era do interior. Teve um caso com o patrão dela e engravidou.
- Mas, de onde era a família dela?
- Minha bisavó era da Suécia e veio para o Brasil.
- Ah... E com quem a sua mãe casou?
- Com João Jerônimo. Ela tinha 16 anos (1941). E eu nasci no ano seguinte.
- E por quê nunca vi fotos dele? 
- Tenho as fotos aqui em casa.
- E tem fotos do pai da Cida?
- Tenho também. 
- E foto do pai da minha mãe?
- Eu só tenho as do casamento.
- Mas ele era negro?
- Ele era moreno.
- Mas, e a família dele?
- Eram de São Paulo.
- Mas, se ele era moreno, alguém da família dele era negro. Logo, ele tinha descendência africana.
- Sim. 
- Me mostra as fotos no próximo fim de semana?
- Mostro. Já deixo elas separadas.
- Tá. Também levo um caderno para anotar tudo isso.
- Tá bom.
- Tchau Vó.
- Tchau Sam.



segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

vinte e um dias sem fumar.


tenho entrado menos na padaria. tenho reparado mais nos alheios costumes de se fumar. como as pessoas seguram o cigarro ou como dispensam o mesmo na rua. tenho reparado nas horas em que as pessoas fumam ou em como elas cheiram depois de fumar. tenho sentido menos vontade conforme o passar dos dias. tenho reparado como a nicotina faz parte da rotina das pessoas e pensando em como isso é um hábito que pode ser contido através de novos costumes.


mudei minha rotina. mudei meus passos. mudei meus horários. talvez, isso ajude a sentir menos vontade de fumar. e, também, nem é a ausência da sensação de satisfação ou completude que a nicotina proporcionava. o que mais marcou os primeiros dias foi o costume de posicionar os dois dedos (indicador e médio) que sustentava o cigarro. 

vinte e um dias sem fumar. vinte e um é múltiplo de sete. sete é meu número da sorte.

muitos setes pela frente! 


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

lorota esp 2013

80 anos já é mais que um senhor. cresceu, amadureceu e permaneceu. nasceu durante a revolução de 32 e cresceu no período em que São Paulo vivia grande furor de sua burguesa intelectualidade. convívio de algumas celebridades.... Donald Pierson, Erundina, Florestan Fernandes, FHC e, claro, Adão, vulgo Peixuxa. 

já  foi escola, já foi livre. quase morreu de falência e hoje é fundação. já teve assembleias. já teve greve. já teve abacate. já foi casarão. já teve confusão. já teve festas na madrugada. já teve aluno levando enquadrão.

lugar onde muitos sonhos floresceram. lugar onde muitos amores cresceram (e morreram, é claro). lugar onde muitos já choraram. lugar onde muitos já se entregaram. lugar onde se deixa marcas profundas, de persona, de caráter e de vida. 

não, não é o lugar da perfeição e, muito menos, da salvação do mundo. mas, certamente, é o lugar que te despertará para além desse mundo.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

.o amarelo e o 7.

o amarelo e o 7. o amarelo. felicidade. brilho. luxo. o 7. perfeição. concentração. introspecção. o amarelo. a luz do abajur. o sol. o dente de um fumante. o 7. 7 primeiros dias do ano. 7 dias sem fumar.  7 pecados capitais. o amarelo. a imagem da foto. a cor dos olhos de um fígado doente. a espera do semáforo. o 7. o dia do descanso divino. os 7 dias da semana. as 7 maravilhas do mundo. o amarelo. a porta do apartamento. as paredes do corredor. o vestido velho. o 7. a soma do número do apartamento. a soma da minha idade. vaidade.