textos de própria autoria, de própria vida. minha vida, sua vida, nossa vida.



segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

. análise anual 2008.

esse ano, não vou escrever sobre os fatos|atos|atores.
vou postar uma obra de Picasso e que tudo fique subentendido.


Mulher em frente ao espelho - Picasso.

domingo, 28 de dezembro de 2008

.cuba livre.

estamos às vésperas da comemoração de 50 anos da Revolução Cubana, sendo datada de 26 de julho de 1959, quando o movimento civil derruba o governo de Fulgencio Batista, tendo líder representativo Fidel Castro e emergindo um mártir, Che Guevara. É cortado relações com países capitalistas e surge um novo sistema governamental: Cuba Socialista!

49 anos depois...

Fidel se retira do poder por motivos de saúde e passa a presidência para seu irmão, Raul Castro. O mesmo começa uma nova abertura, sendo aberto a comercialização de produtos tecnológicos. Pretende novas reformas para os trabalhadores, sendo aumentado em 5 anos a aposentadoria, menos viagens internacionais à fim de cortar custos, abertura das lojas que serviam somente os turistas e novas reformas administrativas.

Bom, acredito que logo ele reabrirá Cuba para investidores estrangeiros, em vista da crise que agrava a situação do país, depois de três furacos esse ano. Será que, com o novo presidente americano, a relação Cuba-Eua mudará?! Será que Obama trará esperanças para Castro?
Será que isso seria trair a reforma socialista ou ele está pensando no melhor para os cubanos?

Vamos aguardar respostas...

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

.latejando.

em vista que com o tempo ocioso, sentindo uma dor latejando em minha cabeça, resolvo escrever sobre esta, que tanto me acompanha à tanto tempo.
eu acho que já escrevi sobre isso, ou devo ter começado a escrever, mas grande parte dos que convivem comigo sabem do meu vício em cafeína. um dia sem uma xícara de café e a certeza de quem algo irá perturbar meus pensamentos e idéias. seria uma das doeças da modernidade? crise existencial?
alguns juízes levam em consideração quando uma mulher comete uma infração em seus dias de tpm. será que levariam em consideração uma dor de cabeça alucinante?
o pior que não tomei café por idiotice mesmo. ele estava lá, quente e moreno, sobre o fogão. me chamou, mas virei o rosto e preferi cereais.
como se fosse castino, no meio da tarde, de um dia tranquilo, de uma tarde sossegada, sou acometida de algo que não me deixa pensar.
sou escrava da cafeína!

ps: gostaria somente de compartilhar minha dor com vocês.

.tudo diferente.

muitas coisas tem se modificado nesses dias, semanas, meses, anos.
-estamos crescendo. foi um dos comentários feitos com um amigo. sim meu querido, estamos crescendo. e por quantas coisas passamos nesses anos juntos? muitas! e muitas das quais nos fortaleceu. sim, estamos crescendo e estamos juntos. quero te vêr envelhecer. (by Ricardo).
-estou com novas idéias, novos planos, agora mais concretos. estou priorizando meus objetivos, meus laços afetivos e familiares. estou me dedicando mais a mim mesma. estou muito bem, obrigada. sim meu querido, estou um tanto diferente depois de algumas experiências vividas intensamente que quase me levaram a sanidade. vejo que estou aprendendo muito. (by Hugo).
-às vezes que isso me aconteceu, muito aprendi e cresci. ainda não sei como agir, parece que está em coma e não tem ação nenhuma. mas estou bem melhor agora. espero assim ficar. aliás, você acompanhou grande parte disso, né?! vejamos o que será o amanhã. ah, obrigada por estar comigo. (by FluFlu).
-nossa, como as crianças estão grandes. lembra de quando a Milena não tinha nem cabelo e o Gabriel nem gostava tanto de mim? olha como estão hoje! lindos! os amo como se fossem meus filhos. aliás, obrigada também por todos esses anos comigo. Você é ótima e não tenho palavras para descrever o quão a amo e como és companheira! Obrigada por mais um fim de ano como agregada de sua família! (by Andréa Bonito ou Deião).
-nesses 21 anos contigo, esse ano foi especial. muito te conheci, muitas foram as conversas contigo que eu não imaginava que pudessemos têr. você é maravilhosa e é a mulher da minha vida. a única que amo com toda pureza. sou o que sou devido à você. (by Mom´s).
-família não é só aquela que temos o sangue, mas a que amamos muito. a que pensamos e nos preocupamos. (by pai Rafitchas). é aquela que te liga em um domingo para saber se você está melhor. é aquela que compartilha histórias de amores suspensos e te chama para ficar cozinhando no bairro do Bixiga às 2h. (by Iramaia).

-somos aqueles que nascemos. crescemos e muito aprendemos com todos que conhecemos. cada ser leva um pouco de nós, e é disso que sentimos falta, dessa parte que é levada. crescemos e expandimos horizonte. essa é a ordem das coisas.

*existe algo dentro de nós que não tem nome. essa coisa é o que somos. (José Saramago).

ps: foi muito feliz estar com vocês mais um ano. espero que os próximos venham trazer muita luz e força em nossas caminhadas!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

.ode aos surtos II.

já pensei em ir à psicólogos ou terapeutas, mas a idéia de ter alguém analisando meus pensamentos me amedronta.
em diversos momentos pensei em ir, tanto para questões pessoais como profissionais, agora me deparo com angústias causadas pela graduação.
enquanto o show da madonna não começava, no meio do aglomerado de gente, conheci um psiquiatra. aliás, muito simpático. e entre os papos que surgiam, comecei a falar sobre como me sentia com meus surtos, família e algumas coisas. os que estavam em volta, disseram que aquilo parecia uma pré consulta. e talvez tenha sido. ele me fez uma básica análise. calei-me. entrei em introspecção, bem ali, antes do show.
ele me fez pensar mesmo sobre muitas coisas e conseguiu me despertar o desejo de procurar um psicólogo. não sei se um psicólogo me faria bem. tenho uma certa relutância pessoal sobre esse grupo.
tenho buscado terapias alternativas e outras formas de entrar em contato com meu interior e equilíbrio. dá certo e me faz muito bem.
tento encontrar meu equilíbrio via natureza.

ps: tento descobrir uma forma de equilíbrar meus impulsos.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

.alice.

alice poderia ser chamada de tudo, menos de menininha.
seus cabelos eram castanhos claros e enrolavam como se fossem cruzar uns com os outros.
não tinha o rosto mais doce, mas quando ria, ria para as estrelas e para os planetas.
não tinha todas as bonecas que queria, mas brincava com qualquer coisa que tinha.
alice era uma mistura de doce com salgado, uma mistura de quente e frio, uma mistura de menina sapeca e uma senhora velha.
às vezes, não queria ir brincar na rua, queria ficar em casa mesmo, com o pai e a mãe, que sempre estava na cozinha fazendo algo para comer.
alice não era filha única, tinha mais um tanto de irmãos e irmãs que perdia a conta, sabia o nome de todos, mas não lembrava seus rostos.
o que ela mais gostava de comer, era biscoito que era comprado na casa em época de natal, biscoito de champagne.
ela gostava de beber suco de groselha, que ela chamada de suco vermelho.
não tinha medo do escuro, mas tinha medo de ficar sozinha.
para seu tamanho de criança, parecia que o mundo era maior do que era.
parecia que as coisas tomavam vida, e isso ela temia.
ela dormia em uma cama que gemia, que ficava no alto.
ela dormia. ela dormia. um dia, ela caiu do alto e bateu a cabeça.
mas não machucou e nem chorou.
alice parecia não sentir algumas coisas que fazia sua mãe morrer de medo ou de susto.
parece que alice foi a única de todas as meninas que demorou para crescer.
enquanto suas amigas brincavam com a maquiagem da mãe, ela preferia brincar de correr.
alice demorou para crescer.
e quando cresceu, sentiu saudade de quando era pequena e tudo parecia demais para seus pequenos pés.

alice, menina de risada simples. menina que deveria virar conto de todas as meninas.

. ao som de Adriana Partimpim.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

.madrugada.

essa é minha primeira postagem durante a madrugada. são 02h09 e acabei de chegar em casa, depois de um passeio louco com uma amiga pelos bares do centro de sampa, mesmo tendo bebido chá gelado. no fone de ouvido ouço adriana calcanhotto enquanto envio para uma amiga as fotos do dia do lançamento do livro dela. nossa, achei um vídeo da adriana cantando "esquadros" com o renato russo! linda!

no msn, não tem ninguém on line. também, a essa hora, quem estaria grudado na net? talvez deus. será que ele tem msn?se alguém tiver, diga que gostaria de bater um papo com ele. aliás, seria bem legal conversar com esse cara. tenho algumas sugestões para lhe fazer que seriam muito utéis. coisas básicas. na verdade, gostaria de ser voluntária nessa profissão maluca dele. apesar que deve ser a mais xingada de todas, mais que de caixa de banco. apesar de não crêr muito nesse cara aí, nessa forma que foi posta à nossa fé, queria conhecer o cara que é o maior contador de história do mundo.

hoje me bate uma saudade de muita coisa: da Ilana (já faz 6 meses que eu não à vejo), de alguns amigos que não tenho mais contato, de alguns gostos que já senti ou de alguns cheiros que já me provei. o que é saudade? penso agora no pedido de mensageiro... lembro de alguns trechos e isso me traz calmaria.

será que alguém lê o que escrevo? e se lê, por quê lê? putz, já me vêm essas divagações do nada... tenho alguns amigos que dizem que posso dizer mil coisas loucas em uma única frase e ainda perguntar se o ouvinte entendeu. qual seria o sinal disso?

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

.ode aos surtos.

herdei alguns temperamentos de meus pais. de minha mãe, herdei a questão da intolerância, do 8 ou 80, do perfeccionismo. do meu pai, herdei o jeito rude (às vezes), os estalos de mau humor e o faça você mesmo. mas prefiro me enquadrar mais na minha mãe.
mas existe algo em minha personalidade que adoro, e não é genético: os meus surtos. nos meus picos de estresse ou de calmaria, sempre surge uma forma interna que faz algo muito diferente. não é algo tão radical, mas algo que muda muita coisa. minhas tatuagens e meu cabelo são os exemplos mais visíveis para esses surtos. o do cabelo, lembro até hoje: acordei muito cedo naquele dia e fui tomar banho. puxei o cabelo para frente e passei a tesoura. ficou na altura do queixo. lembro que em seguida minha mãe acordou, passou do meu lado e dez minutos depois, perguntou se eu tinha cortado o cabelo. mas isso foi quando eu tinha 18 anos e ele estava grande mesmo. agora, aos 21, raspei, em um surto. as tatuagens foram pensadas e pensadas, mas a decisão só veio no "fazer agora".
esses surtos me fizeram crescer e aprender muita coisa: já surtei e sai de um trabalho que eu estaria em cargo de supervisão, já surtei em uma OSCIP que eu trabalhava (também, cumprindo 3 funções, era demais para minha cabeça!), e começo a crêr que esteja surtando nesse atual. mas estou aprendendo a ter um determinado controle sobre isso, o que é muito bom. deveras vezes, tenho vontade de ligar para o chefe e dizer: "Tchau, estou largando o estágio. Boa sorte. Valeu mesmo!". mas seguro as pontas e acho algo que possa me motivar a permanecer. não é fácil trabalhar com projeto social... não é fácil fazer sociologia e política e compreender que estamos dentro de uma roda de chamas que pode te queimar a qualquer hora.
mas acabo me divertindo bem, quando não estou passando por crises existênciais.
nunca fui a psicológos e talvez não vá mesmo. tenho medo de me abrir com alguém a ponto de saber qual o significado dos meus sonhos e pesadelos. tenho outras formas terapêuticas, que me fazem conhecer-me melhor e ser mais tolerante. sem precisar de nada químico. os meus surtos são uma forma de me manter sã.

.surto logo existo.

são 17h53.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

.ao nada.

são 18h38 e minha cabeça está latejando demais. essas minhas dores repentinas me deixam sem ânimo algum. mas não me preocupam a ponto de procurar um médico, mesmo tendo-as desde pequena. minha mãe suponhe que eu seja dependente de cafeína e assim acredito também. suposto que hoje não tomei minha dose de café matinal, deve ter resultado essa dor chata.
sei que já escrevi sobre isso, mas acredito que algumas sensações deveriam vir em doses homeopáticas vendidas em farmácias de manipulação. seria ótimo poder ter controle sobre suas emoções|sensações. se você está triste, tome 5ml desse vidrinho rosa e ficarás bem. talvez essa seja uma das explicações do porquê as pessoas usam substâncias ilícitas. elas podem te dar sensações momentâneas. chegamos, de fato, a modernidade, as pessoas podem ter suas sensações compradas.
o que minha mãe diria se lêsse isso? provavelmente, ela me olharia e perguntaria se quero um café. eu adoraria uma xícara de café com um pão de queijo...
agora, são 19h00.

meras divagações de todos os dias.

sábado, 13 de dezembro de 2008

.racional.

ocorreu algo essa noite que me trouxe uma nova racionalidade.
no passado, sei que dei importância para fatos|atos|atores| que percebo deveras exagerado. as pernas não tremem mais, sinto vontade de não encontrar e se encontro, fujo para não cruzar olhares, nem saber se vivo ou morto. alguns ditados populares dizem que o tempo é o melhor remédio. e , talvez, o seja de fato. mas é acompanhado por um sentimento meu, que carinhosamente o chamo de "minha indiferença". um amigo me aconselha sobre "o botar o foda-se". e vejo que é verdade. acaba funcionando muito bem. é um grupo: o tempo, a indiferença e o foda-se. poderia ser um trio maravilha!
baby, em outroras, teria toda minha atenção, todo meu carinho e afeto. agora, o que posso sentir por ti, não é nem ódio, porquê se o fosse, eu ainda pensaria e lamentaria, mas isso passou. o que tenho agora para ti, é um caixa de pandora, com indiferença.
talvez o amor que senti, adicionado com um pouco de ilusão, tenha me feito cega e iludida com algo maior do que sentia. percebo que não é nem um terço do que posso sentir.
eu quis te dar flores e retribuistes com espinhos.

te ofereço minha indiferença. divirta-se.
boa vida!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

.boca aberta.

sempre achei consultório dentário um tanto curioso. meu novo dentista deve ter seus aproximados 32 anos. o consultório é branco, possui três quadros discretos de flores em duas paredes, um aparelhado de materiais básicos de profissão e, é lógico, a cadeira no meio da sala. assim que entro, me encaminha para que deite na cadeira. assim que estendo o corpo, ele vem com a célebre frase: abre a boca. tudo bem doutor. é esse o momento que quero ressaltar: a ocasião em que fico deitada, quase imóvel, com a boca aberta, com um homem debruçado sobre meu corpo e com um metal em minha boca! mas isso não é o pior. o pior é não saber se fico com os olhos abertos, correndo o risco de cruzar com o olhar dele ou se fico com os olhos fechados, imaginando estar em outro lugar. e se fico com os olhos abertos, o piscar nesse momento pode ser crucial! extremamente desconfortável! enfim, poderia ser uma cena romântica de filme hollywoodiano, aquele trecho em que o relacionamento está em crise e fica um não saber o que fazer entre os personagens. assim que passa esse momento, levanto da cadeira e recebo o diagnóstico.saio do consultório com outra visita marcada.

meu dentista: alguém por quem fico de boca aberta, mas sem nenhum gosto. somente um desejo estranho de acabar essa sessão.