textos de própria autoria, de própria vida. minha vida, sua vida, nossa vida.



quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

manifesto pelo direito ao mau humor.

reivindico o direito ao mau humor. ao mau humor gratuito e pelo seu direito de existir enquanto sentimentalidade humana. pelo mau humor sem motivo, sem justificativa. pelo mau humor introspectivo e transbordado. se exerço paciência com todos, por que não posso ter paciência com meu mau humor? 

meu mau humor não escolhe dia, hora e, muito menos, lugar. ele chega. e chega. e me leva em um turbilhão de pensamentos, medos, planos, sonhos, segredos. ele chega e me transborda ao quadrado. me deixa à flor da pele e com a pá virada. mas, é meu direito sentir! não existe felicidade all time. somos humanos. temos medos, receios. somos frágeis!

"você deve aprender com seus sentimentos e evitar que algo te deixa para baixo assim". honey, eu aprendo. e, nesses momentos claricianos de ser, são os maiores aprendizados. não é algo como aprender a ser forte, madura, serena. é um aprendizado sobre meus monstros, onde moram, onde vivem, como se alimentam. e preciso conhecê-los. antes que me enlouqueçam.

pelo meu mau humor por direito. porque ele existe em poucos dias. e merece existir.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

meus monstros.

um mar imenso. apenas um pequeno barco nesse mar. balanço que vem. balanço que vai. e a sensação do barco naufragar. se naufragar, não há coletes ou nada mais que me salve de afundar. e afundar em um mar imenso de tristeza sem que haja nada que...
são minhas oscilações. meus altos e baixos. minhas inconstâncias. meus medos. meus receios. você jamais entenderia as coisas que sinto. mesmo que não haja raiz para existirem, elas existem. e me atormentam. feito monstros em sonhos de crianças, minhas inconstâncias me levam para o fundo de um poço de tristeza. e não sei ao que me agarrar para conseguir respirar no meio de tantas incógnitas. 
por vezes, sinto que minha cabeça está em desalinho e estou enlouquecendo com o passar dos dias. não há alucinações, vozes ou delírios. minhas oscilações me enlouquecem. me deixam a flor da pele. me deixam em estado de histeria. 
preciso de algo que me salve de mim mesma.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

ela esperava.

e ela esperava. e esperava que tudo se alinhasse. esperava que os dias se acalmassem. esperava que houvesse um respirar de alívio e compreensão. esperava que o tempo solucionasse todas as inconstâncias que a vida apresentava. esperava. ela esperava. e rezava. 

sabia que os acontecimentos não estavam ligados à sua pessoa. mas, qualquer deslize, poderia afetar seus dias. um comentário poderia ser mal interpretado. um gesto poderia ser repelido. deixava o tempo que fosse necessário. deixava na solidão. e, por mais que não quisesse, o fazia para não levar farpas desnecessárias. quando tudo isso começou a acontecer? 

e esperava. ela esperava. e rezava.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Praia do Campeche - Por Samira Nagib

"Sento-me, mar, a ouvir-te.
Te sentarias tu, mar, para escutar-me?"

Moraes, Vinicius de.
Versos soltos ao mar - n•5.

segunda-feira, 23 de março de 2015

72 dias.

e, dentre o silêncio da noite, eu ouço o mar. e não há preço que pague a calmaria que sinto essa noite. essa sensação de completude, de estar bem comigo. de saber que a prioridade da vez é recuperar meu equilíbrio completo (mesmo pensando, diversas vezes, se isso seria possível). equilíbrio de corpo, mente e fé. principalmente, fé. que me fortalece, que me aguenta, que me rege. essa fé que insisto diariamente. fé que tudo dará certo. fé que tudo se alinhará e que o tempo de oscilações está com prazo contado.
 
não, não é qualquer luta que nos faz seguir em frente. tive que me agarrar em palavras de fé para seguir. em palavras onde o tempo é diferente do tempo de minha ansiedade. o que me restou? esperar que a vida me leve para os caminhos que devo seguir.
 
hoje completam 72 dias morando só. e, engraçado remeter à junção desses dois números... não são 71 ou 73 dias. são 72. 7. 2. meus números. minhas identidades... são 72 dias em que estive no inferno várias vezes. dias de solidão, tristeza... dias em que as oscilações beiraram à insanidade. mas, o tempo, sendo dono de si, trouxe minha retidão e força para seguir.

e continuarei a ter fé. e continuarei a seguir.  

porque, dentre o silêncio da noite, eu continuarei à ouvir o que o mar me diz.