textos de própria autoria, de própria vida. minha vida, sua vida, nossa vida.



sexta-feira, 31 de outubro de 2008

.urso panda disfarçado de cantora.

.30 de outubro de 2008 - lançamento do livro da Adriana Calcanhotto. dia tenso, ansioso. coisas do trabalho me estressam, mas nada pode complicar meu dia. tenho de estar diva para a noite de lançamento. ligo para uma amiga. ok, te pego no metrô às 17:30 e vamos até a estação Consolação. caramba, estamos na Paulista às 18:10, acho que chegamos um pouco cedo, afinal, o lançamento é só às 19(ou seria às 20h?). vamos até o banco na alameda santos, mas nada do meu reembolso da oficina ter caído (percebo que meus e-mails para o chefe não estão adiantando nada, vou ter de ligar...). descemos a Augusta e achamos a tal da Alameda Lorena. cadê a livraria? tudo bem Samira, fica para a direita. meus olhos se deparam com uma vitrine de loja de óculos e percebo que as armações são lindas, mas com o preço de duas mensalidades da graduação, o que é impossível para meu bolso de estagiária de sociologia. achamos, é ali. vamos atravessar a rua.
a livraria bem pequena, aconchegante. vamos olhando as prateleiras e um atendente nos acompanha. aliás, oh rapaz muito simpático! fez até um cartãozinho da livraria pra mim! com direito a desconto de 30R$ em comprar acima de 200$. sonho. compro o livro. entre capas azuis, verdes, rosas, decido que a laranja é mais minha cara. lembro de já ter ouvido falar que laranja é esperança. bom, que seja. risos, nervosismos. vejo uma outra fã com um arranjo de rosas. droga, não trouxe nada! só lembro do isqueiro roxo que levei para os shows no Citibank Hall e Sesc Itaquera. meu deus, é ela ali. a Adriana passando! meu coração vai a mil batimentos por segundo! emoção! parem a filmagem, quero fazer novamente...
forma-se uma fila, pessoas, pessoas, pessoas. mas uma fila bem básica. Adriana senta em uma cadeira grande frente a mesa grande de madeira. vestida com uma roupa bem básica; calça preta, blusa com detalhes preto e branco e um all-star! chega a vez da Nádia. tiro algumas fotos, afinal, ela está me acompanhando nessa saga! minha vez. Nádia, pega a máquina.
-Oi Adriana.
-Oi. - lhe entrego o livro. - Pode parecer inusitado e talvez seja, mas quero te dar um presente. é um isqueiro. eu estive com ele nos shows do Citibank e do Sesc Itaquera e queria te dar. - ela sorri - Pode fazer o que quiser, sei lá, jogar fora. Mas fique com ele. - ela sorri novamente, com aqueles olhões verdes e uns dentes perfeitos. ela pega o livro, abre a capa e - Sabe, não queria te falar nada pessoal mesmo, mas sim dizer o quão suas músicas fazem parte da minha vida. todo mundo já passou na fossa ouvindo suas músicas, mas eu consegui passar pela fossa e me reestabelecer. sabe, tomo banho ouvindo "Cantada"! - meu deus, ela deu risada. deve ter achado graça.
- Fico muito feliz mesmo em saber disso. Pode deixar que fico com o isqueiro.
- Posso tirar uma foto do seu lado?
- Claro.
foto.foto
-Obrigada, foi um prazer.
- Prazer.
e me dou tchau para minha encantada urso panda que se disfarça de cantora. tiro mais algumas fotos e vou embora. emocionada confesso. mas com vontade de chorar. um sonho realizado. nada de tietagem, mas sim, uma demonstração de quão sinto e gosto das músicas da Calcanhotto.
amei.amei.amei.

e lá se foi o isqueiro. quem sabe ela não guarda?! não. não. sem sonhos...
um já foi realizado.

ass: uma poeta disfarçada de futura socióloga.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

.encontro com minha colombina.

nessa noite, em um lapso de lembrança, pude perceber que não adianta eu negar o que ainda sinto em meus sentidos.
tantas coisas que venho trabalhando mas, há tantas que ainda tenho de aprender a lidar...

no instante em que comecei a chorar, me sentei na cama, cruzei as pernas e respirei fundo.
mentalizei e centrei várias coisas que poderiam me ajudar naquele momento.
conversei comigo mesma, naquele estado de tetê-a-tetê, intuindo força e luz...
percebi que estou em falta com a minha colombina.
parece que ela está ali, dentro de meu ser, intuindo força e lembrando que preciso e sou forte.

tantas coisas já superei, por quê não aguentaria mais uma vez?!

força, força, força.

preciso encotrar meu ponto de equilíbrio para não cair no estado de pequenas sensações voláteis.
pequenos estados miseráveis de sentidos futéis...

colombina me espere. estou indo...

terça-feira, 28 de outubro de 2008

. tem alguém aí?:

.dias comuns, pessoas comuns, coisas comuns. idas, vindas, passagens, partidas.
o que as pessoas querem de nós?
li em um livro que não sentimos saudades das pessoas que amamos, mas sentimos falta daquilo que elas levam consigo. pode ser certo isso. sinto falta de algumas coisas que as pessoas levaram de meu ser, mas sei que muito deixaram também.
tenho trabalhado a questão da ausência, querência e permanência. o quanto estou deixando as pessoas permanecerem em mim?
o quanto estou fazendo planos, mas sem que eles interrompam meu futuro?
confesso que tenho estava me alimentando de pequenas sensações voláteis, ou levando mesmo uma vida "pessoal" levada na superfície. mas não é tanto por almeijar isso. é fato que me constitue em vista presente. dou as pessoas o que elas querem de mim: apenas casos e acasos...
merda!
não querida, não preciso de juízo. preciso de uma companhia. assim, posso parar com essa roda de ilusões perdidas...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

.eleição.

nosso sistema eleitoral, que se diz democrático e nos obriga a votar, é explicitamente falho.
a partir dos 16 anos, um cidadão tem direito de escolher seu candidato que melhor represente seus interesses. após os 18 anos, e até os 65 anos, temos a obrigação de ir até a urna e escolher o candidato que seja mais simpático ou que prometa melhor. suponho sabermos que tudo é mentira e que mal cumprem 50% do que falam. Após os 65 anos, é optativo. vota somente se queres.
façamos os cálculos: quantos candidatos visão a melhoria social dos idosos? será que são tão ignorados por não terem tanta voz política? mas não contamos com suas experiências de vida! muitos prometem o que todos querem: os adultos querem emprego, e quando conseguem, querem escolas para que seus filhos permaneçam sob cuidados gratuitos. querem melhores vias públicas para transitarem com seus carros populares em dias de lazer com os filhos, ou mesmo para irem trabalhar em pleno caos diário que se tornou nossas vias expressas. parece que é algo que todos querem! e os políticos prometem isso! já perceberam?
eu tenho ciência que nenhum político hoje é capaz de representar meus interesses junto a máquina estatal que movimenta essa sociedade. alías, sonho ainda com uma sociedade sem Estado!
mas o ponto é: existem três formas de manifestarmos nas urnas. a 1ª é votar em um candidato, a 2ª é votar em branco e a 3ª é votar nulo. qual forma você acha que as pessoas escolhem? elas votam em um candidato que é menos pior, e que promete o assistencialismo que ela quer. votar em branco, dá margem para um candidato. votar nulo demonstra sua real insatisfação pelo sistema eleitoral. quando muitas pessoas votam nulo, o sistema e a sociedade verifica que ninguém está contente com os representantes de sempre, tanto da esquerda como a direita. o que precisamos é de uma educação política para a população. precisamos conscientizar o pensamento de projetos de longo prazo e plura, não projetos de curto prazo e indívidual!

eleições não! revolução sim!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

.só queria um amor pra mim.

Eu apenas queria ter um amor
Um amor de olhos
Um amor na pele
Um amor de alma

Poder confiar, me entregar
Ter confiança, ter entrega
Poder chorar, estancar um choro
Ter um ombro, dar o meu

Num pensamento sentir sua presença dentro de mim
E saber que estou verdadeiramente dentro de ti

Meu coração não quis ficar no castigo
Ele teima em buscar um amor que o arrebate
Que o roube de mim
É um romântico incorrigível

Apenas peço que você cuide dele
O abrace, afague, proteja
Quando ele pensa em tudo, o medo vem
Ele já tem muita cicatriz, muito sofreu

Será impossível ter um amor assim?
É muito, o que peço?


Por Eduardo Galeano

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

.esquecendo?.

parece que esqueço seu semblante. tento lembrar de seu rosto, seu jeito, seu sorriso.
às vezes, lembro. às vezes, não.
parece que foi um sonho perdido. algo que já foi a muito tempo, mais tempo que o calendário possa dizer.
queria esquecer por completo. às vezes, queria lembrar de tudo. queria reviver tudo... mas sei que isso custaria minha sanidade, minhas cicatrizes e meus sentidos.
será que seria válido tentar novamente? já foram duas. poderia acontecer uma terceira?
lido com dúvidas, medos, friezas, ...
quando tudo mudará novamente?!

ps: estou esperando... e vou continuar ...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

.sensações voláteis.

por vezes, nos satisfazemos com pequenas coisas que nos alegram, ou que causam um ilusório estado de euforia. sensações que são tolas, mas que nos causam aquela sentido de leveza e embriaguez, que promove risos e inibições públicas.
para não cair nessa utópia ilusória, estou em estado zen, ou se preferir, em busca de um equilíbrio meu para comigo mesma. notei que no decorrer dos meus anos, apeguei minha felicidade em outras pessoas, e nunca em mim mesma. e agora estou nesse sentido. sentido de estado metafísico meu!
por mais que tente ceder à tudo isso que me cerca e que me suga, tenho estado firme na posição de tranquilidade.
estamos bem, obrigada.
permanecerei assim!

ps: 19 dias sem nicotina!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

.band-aid.

tenho algumas pequenas cicatrizes pelo corpo e, principalmente, nas mãos. certa vez, ainda muito menina, cortei a mão esquerda ao lavar um copo e algumas outras que acabei ganhando por mera distração mesmo. às vezes, sem querer, andando pela rua e zap, fico com uma marquinha no físico devido meus esbarrões.
costumava arrancar as casquinhas e vêr algumas gotas do meu sangue sair. era de um vermelho singelo e morno. adorava aquela sensação de ardência e cura rápida ao mesmo tempo. provo de um gosto meu que é doce.
feridas na pele são simples de curar: lave, passe um antiséptico e coloque um band-aid, para os machucados mais fundos, faça um básico curativo.

as dores da alma são sem previsão de cura. não há remédio nem há band-aid. dizem que o tempo pode fazer curar. ok. mas e as casquinhas? enquanto não cicatrizar, como não cutucar as casquinhas e fazer aquela sensação surgir?
percebi que, sobre as feridas da alma, tenho de conter e não tirar casquinhas nenhuma. o tempo pode ser a cura. mas, por não saber data exata, me pego querendo tirar casquinha.
vou conter-me à não olhar mais as casquinhas. deixar as feridas para trás mesmo. fazer somente os curativos e deixar o tempo cicatrizar.

ps: feridas serão de completo passado.
ps2: inspiração: http://redatorasdemerda.blogspot.com/2006/02/as-dores-e-o-tempo.html

domingo, 12 de outubro de 2008

.surtos.


em época de provas e tantos trabalhos, descobri que sou vulnerável à "leves surtos". parece que nada tem sentido e que tudo está em colapso. me sinto como farsa geniosa e grande trama de conspiração!
caramba! espero que essa semana passe com grande rapidez e, ao mesmo tempo, apareça de meu interior o gênio que tenho!
essa semana precisa passar rápido. mais rápido que minhas lembranças...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

.e-mails.

tenho pastas de e-mails na minha caixa de correio eletrônico dedicado a cada indíviduo que eu goste e que vale a pena guardar e-mails.
e diariamente, dou de cara com o nome dessas pastas e, uma delas, eu acabei criando para alguém que já não está comigo hoje. uma amiga disse que eu deveria jogar fora todos os e-mails e outro me disse que eu deveria deixar lá, mas sem ficar revendo-os.
confesso que, vez ou outra, os abro e dou uma relida. era tão bom receber esses e-mails...
confirmações do show, cinema, cafés, indicações de vídeos do youtube,... alguns e-mails de antes, quando ainda nada havia entre nós (se é que houve algo).
não sei o que fazer com esses e-mails, não sei o que fazer com as lembranças, não sei o que fazer com os presentes (a foto de Paraty está guardada numa lata, o porta-retrato ainda está na parede, acabei trocando só uma foto e, o Cd do Chico... não tem como não ouvir e não lembrar de ti).
sabe o que fere mesmo? pensar que esse efeito, essas lembranças são só minhas. que nada foi para você.
se eu pudesse voltar atrás, não sei se o faria diferente...
ainda não sei. ainda não sei.

.tola.

considero-me tola. tola por vários motivos mas, principalmente, por ter sonhos que são tão utópicos, mas que ainda assim, me fazem voar para além infinito.
certa vez, alguém me disse que estava vendo um jornal e viu a fotografia de um menino com a maior cara de sonhador. e que nesse momento, lembrou de mim. eu achei graça e dei risada. mas até que ponto isso pode ser algo singelo? será que meus sonhos ainda me levaram à quebrar quantas vezes mais a cara?
cansei disso.
vou fundar uma associação: Sonhadores Utópicos Anônimos - S.U.A.
para todos aqueles que sonham, tanto dormindo quanto acordados!
sou assim e não quero mudar.
sonhos, são o que me mantem viva e pronta para tomar atitudes.
mas tenho que tomar muito cuidado: meus sonhos podem ser trapaceiros...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

.cinema.

Desde o fim do semestre passado, tenho ido muito ao cinema.
Dias diferentes, cinemas diferentes, pessoas diferentes ou comigo mesma.
Filmes comerciais ou do circuito alternativo, tem agradado muito meu gosto.
"No Direction Home - Bob Dylan", "Sexy in the City", "Nome Próprio", "O Aborto dos Outros", "Ensaio sobre a Cegueira", "Medos Privados em Lugares Públicos" e, nessa próxima segunda, "Caos Calmo".
Virei adepta das sessões do HSBC Belas Artes de segunda-feira à tarde.
Gosto muito de ir sozinha, parece que aproveito melhor o filme, presto mais atenção.
Mas depende da companhia, tem sido muito atrativo. Ou poderia ter ido sozinha mesmo.
Despertei um gosto por cinema, que há muito estava adormecido.
Comecei a olhar pelos olhos alheios, mas aprimorei meu olhar também.
Dica: vá ao cinema!
Ou me liga e marcamos algo.

beijos

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

.sonhos.

essa noite sonho com algo muito estranho, aliás, nesses últimos meses, as noites em que sonho e que me lembro do que sonhei, tem me deixado mais confusa. alguns dizem que o sonho pode ser revelador ou pode ser somente algumas fantasias que não apagamos, que estamos pensando pouco antes de adormecer.
pois digo, que merda!
meus últimos sonhos são com coisas ou pessoas que gostaria de deixar para trás, apesar de ainda estar tão fresco em minhas lembranças. e os sonhos são sempre de volta... novamente digo, merda!
sensações volatéis em pequenas doses homeopáticas, essa deveria ser a cura, a cura para as lembranças. capsúlas de esquecimento com receita e carimbo do ministério da saúde.
mas o esquecer seria de fato a solução dos meus acasos? estou numa caminha estreita e espero que no horizonte, ela se abra e torne-se mais larga.
espero por dias melhores.
e eles virão. disso eu não perco fé.

ps: estou aprendendo a lidar com a saudade, lembranças e desamor.