textos de própria autoria, de própria vida. minha vida, sua vida, nossa vida.



quinta-feira, 20 de junho de 2013

coisa que bate

coisa que bate. 
bate e não sossega.
deixa de dengo e tome jeito.
afinal, 
coisa que bate,
atropela os muros,
invade os mundos.

coisa que bate.
chega disso e vá embora.
deixe de lado o egoísmo agora.
afinal, 
coisa que bate,
bate desenfreado,
acaba perdendo o compasso.

coisa que bate.
de tanto bater, fica chato.
deixa de tanto pensamento e vá pro quarto.
afinal, 
coisa que bate,
bate por diversas vezes,
mesmo que sempre para o mesmo lado.

coisa que bate.
bate e não sossega.
deixa de lado o egoísmo agora.
deixa de tanto pensamento e vá embora.
mas, bata. 
só para não esquecer.
só para querer.
bata. 
mesmo que desenfreado.
mesmo que descompassado.
mesmo que alucinado.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

rodinhas de apoio

fazemos uso das rodinhas de apoio da bicicleta até percebermos o equilíbrio necessário e sentirmo-nos seguros para guiarmos todos os nossos sonhos. mas, você se lembra do dia em que deixou de usar as rodinhas? ontem vi uma garota guiando sua bicicleta vermelha sem fazer uso das mesmas, mesmo que elas estivessem frouxas na bicicleta, elas já não serviam de apoio. e me lembrei dos tantos  tombos que levei até perceber o equilíbrio necessário para me manter em cima de uma bicicleta. e tantos outros tombos que levamos até encontrarmos o equilíbrio necessário para tantas coisas dessa vida. sim, aprender a equilibrar-se em cima de uma bicicleta é além de equilibrar-se em cima de uma bicicleta. é aprender que entre tantos tombos, encontramos as junções perfeitas para que as coisas continuem seu percurso. seja em cima de uma bicicleta, seja sobre os caminhos de nossa vida. qual o momento certo de retirar as rodinhas de apoio? o momento de cada um é único. mas, a sensação de segurança para equilibrar-se sobre a vida é permanente.


sábado, 8 de junho de 2013

dois pares singelos de mãos

e eram quatro mãos unidas por um mero acaso de tempo da vida. um par de mãos grandes e outro par de mãos pequenas. mas, pouco importava o tamanho das mãos. haviam pessoas ao redor. mas, poucas ou ninguém viu o que vi. ou sentiu o que senti. eram dois pares de mãos. uma grande e a outra pequena. que trocavam singelos afagos com as pontas dos dedos e brincadeira à mesa. eram dois pares de olhos que se encontraram por um mero acaso da vida. e eram os meus olhos que fotografavam o encontro desses dois pares de mãos, uma grande e uma pequena. e pouco importava o que as pessoas diziam ao redor. os olhos pequenos de um rosto rosado sorria enquanto olhava para os olhos azuis grandes que o apaixonava. e pouco importa o som que as bocas emitiam. eram quatro mãos que se encontravam sem intenção alguma de agraciar um dia. e agraciaram o meu dia.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

noite fria.

a noite de ontem foi uma das mais frias e solitárias do ano. e uma neblina densa cobria a cidade. o quarto de paredes geladas me fez tremer embaixo do cobertor por horas. não havia mãos para me aquecer. não havia corpo para encobrir. não havia costas para aquecer meu peito. não havia lábios para tornar os meus lábios febris. não havia pernas para entrelaçar as minhas pernas. não havia braços para me envolver em um abraço. não havia mormaço sendo exalado pela nudez de dois corpos. lembrei de ti. lembrei de nós.