textos de própria autoria, de própria vida. minha vida, sua vida, nossa vida.



quarta-feira, 29 de maio de 2013

entre amigos.

- daqueles dias em que nada faz sentido e que existir é uma mera questão sem fundamentos. daquelas vontades de se isolar do mundo e chorar, chorar, chorar. 
- por quê?
- acho que preciso ver o mar e sentir o sol. dias cinzas me deixam para baixo. 
- pessoas com sensibilidade como nós temos essa tendência mesmo de sentir os dias cinzas como mais negativos mesmo.
- tem alguma coisa fora de ordem. não que as coisas precisem ter uma ordem. mas, alguma coisa não está harmônica. 
- tem. eu sei.
- mas, não sei o quê.
- ...
- cara, preciso ver o mar. passar um tempo comigo. tenho me sentindo só.





terça-feira, 21 de maio de 2013

ode à neruda.

aqui. agora. por exemplo. escrevo para não me afogar em um poço de sentimentalidade. tenho lido neruda e pensado em você. e me apaixonei por tantas palavras, versos, trechos, fragmentos. mas, você não entenderia o saudosismo que ele sentia. ode. ode. ode. já se basta de tanto saudosismo. ode. ode. ode. tanto quanto o amor que sentia e hoje se dissolve como  tantas outras incertezas da vida. ode. ode. ode. ode ao amor vivido, passado, retornado, passado. ode. ode. ode. ode ao mar que me leva de encontro à iemanjá.  

sábado, 11 de maio de 2013

em busca da reinvenção.

reinvenção. reinventar-se pelo prazer das múltiplas facetas do ser. reinventar-se pelo tempo que não nos pertencemos. reinventar-se pelas sensações abstratas e concretas que marcam a pele, pelo vácuo da respiração. reinventar-se das maneiras menos convencionais. reinventar-se para espantar medos, pudores e dependência. reinventar-se pela sonoridade que ritmiza a vida de um compositor. reinventar-se pelo sniff out de nossa interação. reinventar-se pela graça de começar.

terça-feira, 7 de maio de 2013

as incertezas do amor.

eu sei que te amo porque, às vezes, não te amo. quando há um atrito no dia, meu humor muda, os olhos ficam marejados e sou obrigada à usar óculos escuros. eu sei que te amo porque, por mais que seu short de dormir esteja largo e velho e eu insista que compre outro, acho que ele faz parte essencial de você. eu sei que te amo porque, quando demoras para chegar em casa, me inclino, observo e espero, através do olho mágico, sua chegada pelo corredor amarelado. eu sei que te amo porque, por mais que eu reclame da intimidade existente entre nós, é algo de nós e somente. e você será à única pessoa com quem compartilharei de tanta intimidade. eu sei que te amo porque, por mais que deseje outras pessoas, não vejo meus braços entrelaçando outra pessoa pela manhã que não seja você. eu sei que te amo porque, vez ou outra, tenho vontade de ir embora e largar tudo. mas, eu te amo tanto que, todos os dias, volto para casa e torço para que perguntes como foi meu dia. eu sei que te amo porque, vez ou outra, tenho dúvidas se te amo. e, não havendo certeza absoluta, me apaixono várias vezes por você.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

joelhos.

os joelhos expostos. e nada mais belo do que um par de belos joelhos expostos ao sol. nem magros ou tão pouco gordos. joelhos perfeitos. parte importante da perna e meio do caminho até os pés. outra parte importante de se observar. os pés. mas, não quero falar dos pés. quero falar dos belos joelhos expostos ao sol do qual vi, admirei e quis. joelhos que flertam, que flexionam e que sustentam todo um conjunto de ligações nervosas e tranquilas do corpo. joelhos roliços e contornados. daqueles que possuem um desenho assimétrico ao restante do corpo. afinal, de que adianta beleza se os joelhos forem feios? 
tenho visto muitos joelhos. alguns esquecidos, maltratados ou pouco amados. joelhos sim. quando flexionados na cadeira, timidamente encobertos pela toalha que cobre a mesa. ou quando flexionados para dar equilíbrio. joelhos. nada mais que joelhos. 
sinto pesar pelas pessoas que não se aventuram pelo corpo. ou caem sempre nos mesmos clichês. olhos, bocas, mãos, nádegas e pés. claro, não esquecendo da parte que difere o homem da mulher e a mulher do homem. mas, por quê não os joelhos? 
quero a liberdade para os joelhos aprisionados pela calças ou escondidas pelas saias longas. quero a exposição necessária para tal parte tão essencial de nossa estrutura. quero joelhos como símbolos de fetiches modernos. 
nem magros ou tão pouco gordos. quero joelhos perfeitos.