textos de própria autoria, de própria vida. minha vida, sua vida, nossa vida.



sexta-feira, 23 de julho de 2010

entre a comédia e a tragédia.

assisti uma peça em um teatro na bela vista na noite de ontem onde um ator estreava no palco, com a montagem áudio visual que ilustrava as três crônicas contadas durante a peça. bom, eu odiei. mas odiei mesmo. denominada como peça de comédia, achei tudo rodeado de absurdos do texto: 1º porque o ator não faz muita coisa, senão utilizar de palavras de baixo calão o tempo todo. não que seja ruim palavras baixas em uma peça, mas ele só utilizou disso. usou a expressão corporal como artifício para ilustrar as barbaridades que disse. ah, e uma frase que fora repetida dezenas de vezes: "entre a comédia e a tragédia". e não satisfeito, fora dar exemplos: "o ser humano ri de tudo. ri da desgraça alheia. vamos citar o Haiti. aconteceu o terremoto e destruiu tudo. mas tudo já estava destruido. o que há lá? nada". eu entendo humor negro e adoro quando é bem feito. mas, existem algumas coisas que não há graça. eu não vejo graça na questão de que ainda existam milhares de pessoas mortas sobre os escombros daquele país. e, além disso, como a religião vodu é a predominante, a tradição é que não se abandone os mortos. então, existem pessoas que estão ao lado de escombros onde os seus estão. isso é graça?
o começo da peça, o ator A. R. gesticula, expõe um texto completo de ego e apelos desnecessários para que as pessoas aplaudam e dêem gargalhadas. eu não sou macaco de circo e muito menos marionete. não darei risada porque há outros fazendo o que o ator pede. e não sei bem se pede. mas ele acaba usando um tipo de assédio que inibe as pessoas a não expressar sua insatisfação. "vamos lá galera, todo mundo rindo". e lá vão os macacos de circo rirem.
acredito que, as pessoas ali sentadas, esperavam um ser que estivesse a frente de uma grande extrapolação da realidade. da realidade no sentido de você não sai na rua e, no auge do estresse, manda alguém aos findos do corpo. e isso era o que o ator fazia. despejava na platéia conotações verbais desse teor. mas era isso que os mesmos queriam e foi isso o que tiveram. "dêem ao povo os porcos". durante a uma hora e meia de peça, enquanto muitos viam a comédia, eu vi a tragédia entitulada de arte. não sei bem se, depois de tantos anos assistindo peças, comecei a ser mais seletiva em relação à tal. eu não quero engoliar aquilo, mas sim digerir cada fragmento e degustar de cada sabor ou desabor.
como a sétima arte, o teatro me emerge de um mundo cheio de fantasias e possibilidades ímpares. a peça de ontem não me apresentou em nada. somente uma irritabilidade profunda e imensa vontade de sair dali para fumar um cigarro.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

eu ficaria feliz se você morresse.

eu ficaria feliz se você morresse. mas, que fosse a morte como eu a vi, no dia em que estive no inferno, com um bilhete comprado por você. a morte que não é fria, mas não possui calor ou emoção alguma. não há lágrimas ou sentimentos com esse fim. apenas quem sabe sobre essa morte é quem já morreu, de alguma forma. não no sentido literal, levando ao pé da letra. eu não quero que você morra em matéria. quero que você morra em essência, como eu morri. eu morri por suas mãos. eu morri no dia em que te conheci. eu morri no dia em que senti que me apaixonaria por você. eu morri como aquele ser que outrora fora. agora, é a lembrança de outra vida que emerge no meio dessa confissão. você me apresentou a morte, como uma donzela vestida de vermelho no meio do salão. você me ensinou a dançar a valsa da dor, da solidão.
eu queria que você morresse tal como foi o último dia de minha vida e que fosse velada com as palavras "acabou". é, acabou. e eu não morri nesse dia. eu não morri quando você anunciou a barca para o inferno. eu estive lá e por lá fiquei por um tempo. mas de lá sai quando vi a face da morte que levou parte de quem era. você nunca saberá como o inferno foi acolhedor no dia em que lá estive, e de como me lembrei de ti também. para cada segundo daquele lugar, matei as lembranças que existiam dentro de meu ser. matei todos os beijos, todos os desejos, todas as declarações de amor que fiz. em nada desejei o mal para você. mas somente desejei que lá você estivesse, o quanto eu estive, e de lá você lembrasse os instantes que eu estive no inferno e lembrei de você.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Sonic Youth - Superstar

Essa música faz parte da trilha sonora do filme "Juno"(2007), com as atrizes Ellen Page (MeninaMá.com) e Jennifer Garner (De repente 30), do diretor Jaison Reitman (Obrigada por fumar). O filme rendeu cerca de U$$ 231.411.584 em todo o mundo. No 80º Oscar -2008, ganhou o prêmio de Melhor roteiro original (Diablo Cody).

O filme é apaixonante. E a música também.

zélia.

essa mocinha de três meses, chegou dia 09 de julho
e já está tomando posse da casa e de nossas noites de sono.
ainda tímida, sempre que ouve um barulho, corre para debaixo da cama.
mas sempre volta para pedir carinho.
bem vinda zélia (gattai).