textos de própria autoria, de própria vida. minha vida, sua vida, nossa vida.



quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Necessidade - Eduardo Sol

viver nem é preciso.
é preciso empurrar um rio com as mãos
criando ondas de pensamentos tortos.
tocar valsa com vigor de sambista,
e dançar sobre em águas ébrio de som.
criar poemas em que o nada se
revele absoluto.
as palavras marchem sobre o papel
ou sobre a tela de um computador
bilhem como estrelas mortas.
é preciso que os pés enfim
consigam caminhar sobre brasa,
e que a dor seja o instrumento da tranquilidade.
não mais sofrer, não chorar
não cometer suicídio.
viver nem é preciso e navegar é secundário.
o que é preciso mesmo é encarar a morte
como um inventário:
precisa como uma
navalha amolada.

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