eu ficaria feliz se você morresse. mas, que fosse a morte como eu a vi, no dia em que estive no inferno, com um bilhete comprado por você. a morte que não é fria, mas não possui calor ou emoção alguma. não há lágrimas ou sentimentos com esse fim. apenas quem sabe sobre essa morte é quem já morreu, de alguma forma. não no sentido literal, levando ao pé da letra. eu não quero que você morra em matéria. quero que você morra em essência, como eu morri. eu morri por suas mãos. eu morri no dia em que te conheci. eu morri no dia em que senti que me apaixonaria por você. eu morri como aquele ser que outrora fora. agora, é a lembrança de outra vida que emerge no meio dessa confissão. você me apresentou a morte, como uma donzela vestida de vermelho no meio do salão. você me ensinou a dançar a valsa da dor, da solidão.
eu queria que você morresse tal como foi o último dia de minha vida e que fosse velada com as palavras "acabou". é, acabou. e eu não morri nesse dia. eu não morri quando você anunciou a barca para o inferno. eu estive lá e por lá fiquei por um tempo. mas de lá sai quando vi a face da morte que levou parte de quem era. você nunca saberá como o inferno foi acolhedor no dia em que lá estive, e de como me lembrei de ti também. para cada segundo daquele lugar, matei as lembranças que existiam dentro de meu ser. matei todos os beijos, todos os desejos, todas as declarações de amor que fiz. em nada desejei o mal para você. mas somente desejei que lá você estivesse, o quanto eu estive, e de lá você lembrasse os instantes que eu estive no inferno e lembrei de você.
Mais uma vez você descreve com palavras tão bem escolhidas o que se passou comigo, consegue codificar e organizar meus sentimentos em texto, desvendar a angustia. Lindo. Parabens.
ResponderExcluirUma garota que escreve como gente grande e da qual sou e serei uma eterna fã. Beijos, Sam.
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