os traços ao redor dos olhos indicam mais do que os olhos que são de uma imensidão profunda. os contornos do rosto, do nariz, dos lábios... o cabelo que cai sobre a face e, vez ou outra, são enrolados nos dedos em algum momento de descontração ou concentração. as lentes de vidro, suportadas por uma armação que trai, vez ou outra, por um ar quente que embaça a visão, sendo retirados em um ato de liberdade (e aproximação).
os pensamentos de separação, vez ou outra, são tão fortes e tão suspensos... como se houvesse algo mais forte, que tornasse a relação mais forte, mais próxima e, ao tempo, em que se torna mais respeitosa. o vício está sendo levado entre a linha que separa o raciocínio e a loucura. não há mais a impulsão de tudo, do agora, do fazer qualquer coisa. existe o respeito do tempo, pelo tempo do outro. existe o respeito pelo espaço público e privado de cada indivíduo envolvido nessa história.
feita de escolhas entre caminhos de tijolos amarelos ou caminhos desconhecidos, onde o desconhecido é o despertar de todos os sentidos. sentidos antes adormecidos, nunca existidos ou já mortos. vez ou outra, quando a voz falta no meio da tarde, quando não há respostas, sinais ou mesmo um "olá"... surge apenas uma respiração profunda de paciência e calma.
como se houvesse uma cortina vermelha em algum palco da vida, onde o narrador soubesse escolher o momento exato de cada ator, para cada ato. quando, vez ou outra, o personagem que permanece na coxia espera o momento certo de alegrar o espectador.