textos de própria autoria, de própria vida. minha vida, sua vida, nossa vida.



segunda-feira, 30 de maio de 2011

desconhecido.

só mais um rosto desconhecido. ou, antes, conhecido em cada traço de pele. o que temos agora é algo que se assemelha com o vazio posto entre o passado vivido e o presente desconhecido. como dois seres que nunca se conheceram na vida e com uma ínfima possibilidade disso acontecer, não há olhares de espaço, não há nada que represente alguma ligação entre essas pessoas.
entre um passado que foi vivido, foi chorado e está entre os arquivos pessoais à ser esquecido, o rosto desconhecido se encontra entre todas as lembranças que devem ser guardadas em alguma caixa de madeira de nossa memória. você estará sempre, mas embaixo de outras centenas de lembranças que me farão não mais querer remexer em nada.
absolutamente nada. nenhum contato virtual, telefônico, pensamento. ou visual. lembrar é natural e acontece, principalmente, em algumas ocasiões que foram compartilhadas. mas, hoje, as faço como um photoshop, você é retirada de cada possível lembrança que possa surgir. não, não que eu queira esquecer o passado, mas quero guardá-lo em um lugar onde ele não venha mais à tona. impedindo que ele se misture com o presente ou com as coisas vividas. sim, aposto que lembras de minha pessoa em algumas ocasiões, alguns lugares ou em algumas músicas. mas são lembranças passageiras que são tomadas por lembranças presentes. e assim devem ser. como dizem alguns psicólogos: é a morte sombólica.
assim, ficamos como estamos: quando nos vemos, quando estamos em um mesmo espaço, em uma mesma fila de padaria, passando por uma mesma rua, somos meramente desconhecidas, cada uma em sua mera vida, esplêndia em seu dia.

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