textos de própria autoria, de própria vida. minha vida, sua vida, nossa vida.



sábado, 5 de julho de 2008

."Ela".

Seus olhos que brilham tanto,
Que prendem tão doce encanto,
Que prendem um casto amor.
Onde com rara beleza,
Se esmerou a natureza.
Com meiguice e com primor
Suas faces purpurinas
De rubras cores divinas
De mago brilho e condão;
Meigas faces que harmonia
Inspira em doce poesia
Ao meu terno coração!
Sua boca meiga e breve,
Onde um sorriso de leve
Com doçura se desliza,
Ornando purpúrea cor,
Celestes lábios de amor
Que com neve se harmoniza.
Com sua boca mimosa
Solta voz harmoniosa
Que inspira ardente paixão,
Dos lábios de Querubim
Eu quisera ouvir um -sim-
P’ra alívio do coração!
Vem, ó anjo de candura,
Fazer a dita, a ventura
De minh’alma, sem vigor;
Donzela, vem dar-lhe alento,
“Dá-lhe um suspiro de amor!”

ASSIS, Machado de, 1839 – 1908O Almada & outros poemas / Machado de Assis – São PauloGlobo 1997 – (Obras completas de Machado de Assis)

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