já ouvimos por certo que, o amor, é o caminho da racionalidade emocional (se é que emoção possui razão). que o amor tudo supera, que o amor tudo conforta, que o amor tudo recupera. besteira. não acredito nisso. como Vinicius diria: "a vida é a arte do encontro mesmo que exista tanto desencontro". acho que a vida é feita de encontros furtivos, entre pessoas que estão interessadas em paixões e só.
a ideia utópica de amor fica para o passado, os relacionamentos atuais são moldadas à base da atração física, onde o desejo prevalece na perseverança de se manter afeto com o outro. mas o afeto seria baseado no desejo carnal, logo, os relacionamentos são duradouros enquanto houver desejo carnal.
meus casos e acasos costumam durar três meses, o que é bem válido, sendo essa o tempo médio de duração de minhas paixões. é o tempo de apaixonar, fantasiar mil coisas, passar noitesdiastardes de tesão à flor da pele. se passar disso, vira teimosia ou ... enfim, me apaixono por pessoas com personalidades, aparência ou ideias diferentes, mas o resultado das paixões é o mesmo: três meses. muitas coisas acontecem em três meses e minhas paixões vivem assim, com suas intensidades extremas, felicidades completas e alegrias constantes. mas isso me cansa. chega determinado momento que quero dar um basta nisso e seguir em frente... walking...
me apego e desapego muito fácil. tenho paixões de trinta minutos à três meses, isso é o tempo que elas duram. gosto muito mais daquelas rápidas, onde nada se perde, mas muito se ganha. pequenas paixões me divertem, como aconselha uma amiga. sou feita assim, ou estarei assim até que algo me acometa de uma forma avassaladora e desperte mais que desejo.
ps: obra de Michelangelo - "Paraíso".
textos de própria autoria, de própria vida. minha vida, sua vida, nossa vida.
sábado, 27 de junho de 2009
sexta-feira, 19 de junho de 2009
.côco de pagu.
Pagu tem os olhos moles uns olhos de fazer doer. Bate-côco quando passa. Coração pega a bater. Eh Pagu eh! Dói porque é bom de fazer doer. Passa e me puxa com os olhos provocantissimamente. Mexe-mexe bamboleia pra mexer com toda a gente. Eli Pagu eh! Dói porque é bom de fazer doer. Toda a gente fica olhando o seu corpinho de vai-e-vem umbilical e molengo de não-sei-o-que-é-que-tem. Eh Pagu eh! Dói porque é bom de fazer doer. Quero porque te quero Nas formas do bem-querer. Querzinho de ficar junto que é bom de fazer doer. Eh Pagu eh! Dói porque é bom de fazer doer.
Raul Bopp
segunda-feira, 15 de junho de 2009
tenho gosto.
tenho gosto por nossos instantes de arte libidinosa,
onde a brasa do cigarro aceso é a única provedora de claridade
na escuridão do quarto, na imensidão da madrugada.
tenho gosto pelas conversas aleatórias, sem começo ou meio,
mas que termina com um riso, que estalo de seus lábios,
que se mostram em meus olhos, com vontade dos meus.
tenho gosto pelo teu cabelo, que se desmancham com o vento,
sem prudência alguma de se alinhar.
tenho gosto pelos seus dedos, que queimam meu corpo feito fogo,
quando a luxúria se faz em conjuntura corporal.
tenho gosto de esquecer as últimas palavras ditas quando dormimos juntas,
mas tenho maior gosto em ouvir tua voz rouca e falha dizendo "bom dia".
e tenho gosto maior ainda, pelo gosto amargo de seus primeiros beijos,
quando o despertar anuncia mais um dia.
tenho gosto.
p/ Chuck.
14jun09
19h05
segunda-feira, 1 de junho de 2009
.coisa de paulista.
segunda-feira, 8h: sistema de transporte público fora de conexão. filas de metrô. metrô que atrasa. metrô que enche. gente que empurra, que pisa no pé. gente que acordou cedo, já pegou dois ônibus e, agora, de olhos fechados, ronca no metrô. gente que se apoia nos próprios braços, com a cabeça em repouso, tentando não pensar no atraso do dia. e o dia que será longo.
vento gelado, pessoas com pressa, aliás, pessoa sempre com pressa. o dia gira junto com o relógio. ninguém mais vê as horas no sol. que triste.
quando a fome bate e a barriga vira gente grande, é a pressa na fila do restaurante ou do bom prato mesmo.
o chefe grita, o telefone toca, os papéis se acumulam, o suor vai destacando na pele do rosto.
tic tac tic tac tic tac tic tac tic tac
finalmente, 18h. mais um fim de dia. vento gelado: o nariz fica vermelho e ardoroso.
fila no metrô, metrô lotado. será que todo mundo sai de casa nesse horário? ônibus cheio, lento e mau cheiroso.
chego em casa. tiro o sapato, sento no sofá. a bolsa cai no chão. sem força, ergo o corpo e caminho para o banho, na esperança de relaxar o corpo que não é mais meu. e sim, de outrem para quem alugo. deito na cama, desmaio.
06h. toca o despertador. acordo e tudo começa novamente.
vento gelado, pessoas com pressa, aliás, pessoa sempre com pressa. o dia gira junto com o relógio. ninguém mais vê as horas no sol. que triste.
quando a fome bate e a barriga vira gente grande, é a pressa na fila do restaurante ou do bom prato mesmo.
o chefe grita, o telefone toca, os papéis se acumulam, o suor vai destacando na pele do rosto.
tic tac tic tac tic tac tic tac tic tac
finalmente, 18h. mais um fim de dia. vento gelado: o nariz fica vermelho e ardoroso.
fila no metrô, metrô lotado. será que todo mundo sai de casa nesse horário? ônibus cheio, lento e mau cheiroso.
chego em casa. tiro o sapato, sento no sofá. a bolsa cai no chão. sem força, ergo o corpo e caminho para o banho, na esperança de relaxar o corpo que não é mais meu. e sim, de outrem para quem alugo. deito na cama, desmaio.
06h. toca o despertador. acordo e tudo começa novamente.
***
vejo graça no ritmo paulista. pessoas sempre apressadas, atrasadas e cegas.
esse continho seria o cotidiano de muitas pessoas aqui presentes, nesse tempo e espaço.
***
quero graça aos meus dias.
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