textos de própria autoria, de própria vida. minha vida, sua vida, nossa vida.



segunda-feira, 1 de junho de 2009

.coisa de paulista.

segunda-feira, 8h: sistema de transporte público fora de conexão. filas de metrô. metrô que atrasa. metrô que enche. gente que empurra, que pisa no pé. gente que acordou cedo, já pegou dois ônibus e, agora, de olhos fechados, ronca no metrô. gente que se apoia nos próprios braços, com a cabeça em repouso, tentando não pensar no atraso do dia. e o dia que será longo.
vento gelado, pessoas com pressa, aliás, pessoa sempre com pressa. o dia gira junto com o relógio. ninguém mais vê as horas no sol. que triste.
quando a fome bate e a barriga vira gente grande, é a pressa na fila do restaurante ou do bom prato mesmo.
o chefe grita, o telefone toca, os papéis se acumulam, o suor vai destacando na pele do rosto.

tic tac tic tac tic tac tic tac tic tac

finalmente, 18h. mais um fim de dia. vento gelado: o nariz fica vermelho e ardoroso.
fila no metrô, metrô lotado. será que todo mundo sai de casa nesse horário? ônibus cheio, lento e mau cheiroso.
chego em casa. tiro o sapato, sento no sofá. a bolsa cai no chão. sem força, ergo o corpo e caminho para o banho, na esperança de relaxar o corpo que não é mais meu. e sim, de outrem para quem alugo. deito na cama, desmaio.

06h. toca o despertador. acordo e tudo começa novamente.

***
vejo graça no ritmo paulista. pessoas sempre apressadas, atrasadas e cegas.
esse continho seria o cotidiano de muitas pessoas aqui presentes, nesse tempo e espaço.
***
quero graça aos meus dias.

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