vento gelado, pessoas com pressa, aliás, pessoa sempre com pressa. o dia gira junto com o relógio. ninguém mais vê as horas no sol. que triste.
quando a fome bate e a barriga vira gente grande, é a pressa na fila do restaurante ou do bom prato mesmo.
o chefe grita, o telefone toca, os papéis se acumulam, o suor vai destacando na pele do rosto.
tic tac tic tac tic tac tic tac tic tac
finalmente, 18h. mais um fim de dia. vento gelado: o nariz fica vermelho e ardoroso.
fila no metrô, metrô lotado. será que todo mundo sai de casa nesse horário? ônibus cheio, lento e mau cheiroso.
chego em casa. tiro o sapato, sento no sofá. a bolsa cai no chão. sem força, ergo o corpo e caminho para o banho, na esperança de relaxar o corpo que não é mais meu. e sim, de outrem para quem alugo. deito na cama, desmaio.
06h. toca o despertador. acordo e tudo começa novamente.
***
vejo graça no ritmo paulista. pessoas sempre apressadas, atrasadas e cegas.
esse continho seria o cotidiano de muitas pessoas aqui presentes, nesse tempo e espaço.
***
quero graça aos meus dias.
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