pegou sua xícara de café, acendeu um cigarro e caminhou até a varanda do seu apartamento, onde olhou, de forma nostálgica, para a cidade que amanhecia lentamente. o relógio do hotel no centro da cidade marcava 05h43 e os seus olhos eram marcados por uma noite não dormida. o céu era uma mistura de cores entre a escuridão da noite passada e os raios solares que inundavam sua face, de forma que os olhos eram expremidos para focar em ponto único.
entornou um gole de café. de um trago profundo em seu cigarro. sentou-se a beira da cama e começou a ordenar seus pensamentos para um novo dia. ou menos um dia. sempre se perdia em meio a filosofia de ter um novo dia de vida ou perder um dia de vida. já que estar vivo era questão de perdas ou ganhos momentâneos, poderia e esperava que tudo mudasse de repente, e não mais que de repente.
não, não estava pessimista. era somente realista. suas piadas eram de um humor negro notável e um sarcasmo absoluto. preferia rir de uma tragédia. mas não da tragédia em si, mas do desespero alheio. eventualidades fugazes lhe entretiam porém, em breve tempo, já lhe esgotava qualquer resquício de uma risada que tenha sido riscada em seus lábios. era honesta pelo menos. dizia com franqueza o que pensava e não deixava em meias palavras ou nas entrelinhas...
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