textos de própria autoria, de própria vida. minha vida, sua vida, nossa vida.



segunda-feira, 11 de novembro de 2013

quando me olhas apaixonada

quando me olhas apaixonada, tenho todas as certezas do mundo. quando me olhas apaixonada, tenho certeza dos passos que dei nessa caminhada. quando me olhas apaixonada, tenho vontade de envolver-te em meus braços, beijar-te os lábios e dizer "estou aqui, meu amor. esqueçamos todas as dores e desabores". quando me olhas apaixonada, tenho vontade de olhar para teus olhos apaixonados e beijá-los para que sempre me olhem apaixonados. quando me olhas apaixonada, pouco me importa as histórias passadas, os amores passados, as lágrimas que já secaram. quando me olhas apaixonada, minha face se abre em riso e sinto um gosto doce da vida. quando me olhas apaixonada, pouco importa o tempo ou os caminhos, sinto-me agraciada por ter visto esses olhos apaixonados. quando me olhas apaixonada. quando me olhas apaixonada. quando me olhas apaixonada. 



sábado, 12 de outubro de 2013

me beija?

- me beija?
- te beijo. onde?
- no pescoço. 
- e depois que eu te beijar no pescoço?
- eu enlouqueço.
- beijo no pescoço te deixa louca?
- uhum. 
- me beija?
- onde?
- me beije a boca que é onde mora minha sede de você.
- te beijo os lábios enquanto faço amor contigo.
- me beije as costas.
- passearei com minha língua por tua pele, da nuca até tuas nádegas.
- me beije as pernas. 
- tuas longas pernas de roliças coxas.
- beije meus seios. 
- esses teus seios que são perfeitos para minha boca.


terça-feira, 17 de setembro de 2013

por vezes, abri minha boca para proferir palavras de não fé. de uma em uma, de várias em várias, sempre observei as religiões como uma forma de apaziguar ou manipular as pessoas. havia coisas que não entendia e outras coisas que não haviam explicações. 

fé. hoje tenho fé. fé em algo que me encanta, me fortalece, me protege. fé em algo que gira caboclos, baianos, ciganos, marinheiros. fé nas saias que giram na exaltação dos pontos. fé nas mãos que abençoam, confortam e limpam. fé nos conselhos que aprendi à ouvir, respeitar e aceitar. 

não somos donos do nosso caminho. não somos donos do tempo. o tempo é dono de nosso caminho. o tempo é quem nos guiará para caminhos de coisas boas quando nos propusermos à isso. 

fé. hoje tenho fé.

salve vossa força.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

chá de arruda

meu amor, 

lhe escrevo esta para dizer sobre o tamanho de minha saudade. não, não a medirei com palmos ou centímetros. quero te dizer sobre o tamanho de minha saudade que aflige meu peito e desassossega meus pensamentos. o tamanho de minha saudade que faz com que minhas vontades sejam tomadas pela paciência e pelo respeito ao tempo.

sim, a saudade que sinto tem um tamanho indescritível! muitos alegariam ser mera bobagem. outros, me acolheriam entre os braços para amenizar esta aflição. mas, não, não são esses braços que quero para meu conforto. e, sim, são de teus braços que sinto saudade. sim, são de tuas palavras, tuas risadas, tuas formas de me surpreender com palavras doces e que me encantavam todas as manhãs. 

saudade de teu primeiro cigarro. dos nossos diálogos libidinosos pela manhã. das tuas sobrancelhas erguidas. da forma como você me apressava para que não me atrasasse no trabalho (mesmo sabendo que eu me atrasaria!). da forma como opinava sobre a roupa que eu usaria no dia ou o tom do vermelho que pintaria os lábios. 

o tempo será condutor de nossa saudade.

um chá de arruda para acalmar a ansiedade.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

coisa que bate

coisa que bate. 
bate e não sossega.
deixa de dengo e tome jeito.
afinal, 
coisa que bate,
atropela os muros,
invade os mundos.

coisa que bate.
chega disso e vá embora.
deixe de lado o egoísmo agora.
afinal, 
coisa que bate,
bate desenfreado,
acaba perdendo o compasso.

coisa que bate.
de tanto bater, fica chato.
deixa de tanto pensamento e vá pro quarto.
afinal, 
coisa que bate,
bate por diversas vezes,
mesmo que sempre para o mesmo lado.

coisa que bate.
bate e não sossega.
deixa de lado o egoísmo agora.
deixa de tanto pensamento e vá embora.
mas, bata. 
só para não esquecer.
só para querer.
bata. 
mesmo que desenfreado.
mesmo que descompassado.
mesmo que alucinado.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

rodinhas de apoio

fazemos uso das rodinhas de apoio da bicicleta até percebermos o equilíbrio necessário e sentirmo-nos seguros para guiarmos todos os nossos sonhos. mas, você se lembra do dia em que deixou de usar as rodinhas? ontem vi uma garota guiando sua bicicleta vermelha sem fazer uso das mesmas, mesmo que elas estivessem frouxas na bicicleta, elas já não serviam de apoio. e me lembrei dos tantos  tombos que levei até perceber o equilíbrio necessário para me manter em cima de uma bicicleta. e tantos outros tombos que levamos até encontrarmos o equilíbrio necessário para tantas coisas dessa vida. sim, aprender a equilibrar-se em cima de uma bicicleta é além de equilibrar-se em cima de uma bicicleta. é aprender que entre tantos tombos, encontramos as junções perfeitas para que as coisas continuem seu percurso. seja em cima de uma bicicleta, seja sobre os caminhos de nossa vida. qual o momento certo de retirar as rodinhas de apoio? o momento de cada um é único. mas, a sensação de segurança para equilibrar-se sobre a vida é permanente.


sábado, 8 de junho de 2013

dois pares singelos de mãos

e eram quatro mãos unidas por um mero acaso de tempo da vida. um par de mãos grandes e outro par de mãos pequenas. mas, pouco importava o tamanho das mãos. haviam pessoas ao redor. mas, poucas ou ninguém viu o que vi. ou sentiu o que senti. eram dois pares de mãos. uma grande e a outra pequena. que trocavam singelos afagos com as pontas dos dedos e brincadeira à mesa. eram dois pares de olhos que se encontraram por um mero acaso da vida. e eram os meus olhos que fotografavam o encontro desses dois pares de mãos, uma grande e uma pequena. e pouco importava o que as pessoas diziam ao redor. os olhos pequenos de um rosto rosado sorria enquanto olhava para os olhos azuis grandes que o apaixonava. e pouco importa o som que as bocas emitiam. eram quatro mãos que se encontravam sem intenção alguma de agraciar um dia. e agraciaram o meu dia.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

noite fria.

a noite de ontem foi uma das mais frias e solitárias do ano. e uma neblina densa cobria a cidade. o quarto de paredes geladas me fez tremer embaixo do cobertor por horas. não havia mãos para me aquecer. não havia corpo para encobrir. não havia costas para aquecer meu peito. não havia lábios para tornar os meus lábios febris. não havia pernas para entrelaçar as minhas pernas. não havia braços para me envolver em um abraço. não havia mormaço sendo exalado pela nudez de dois corpos. lembrei de ti. lembrei de nós. 

quarta-feira, 29 de maio de 2013

entre amigos.

- daqueles dias em que nada faz sentido e que existir é uma mera questão sem fundamentos. daquelas vontades de se isolar do mundo e chorar, chorar, chorar. 
- por quê?
- acho que preciso ver o mar e sentir o sol. dias cinzas me deixam para baixo. 
- pessoas com sensibilidade como nós temos essa tendência mesmo de sentir os dias cinzas como mais negativos mesmo.
- tem alguma coisa fora de ordem. não que as coisas precisem ter uma ordem. mas, alguma coisa não está harmônica. 
- tem. eu sei.
- mas, não sei o quê.
- ...
- cara, preciso ver o mar. passar um tempo comigo. tenho me sentindo só.





terça-feira, 21 de maio de 2013

ode à neruda.

aqui. agora. por exemplo. escrevo para não me afogar em um poço de sentimentalidade. tenho lido neruda e pensado em você. e me apaixonei por tantas palavras, versos, trechos, fragmentos. mas, você não entenderia o saudosismo que ele sentia. ode. ode. ode. já se basta de tanto saudosismo. ode. ode. ode. tanto quanto o amor que sentia e hoje se dissolve como  tantas outras incertezas da vida. ode. ode. ode. ode ao amor vivido, passado, retornado, passado. ode. ode. ode. ode ao mar que me leva de encontro à iemanjá.  

sábado, 11 de maio de 2013

em busca da reinvenção.

reinvenção. reinventar-se pelo prazer das múltiplas facetas do ser. reinventar-se pelo tempo que não nos pertencemos. reinventar-se pelas sensações abstratas e concretas que marcam a pele, pelo vácuo da respiração. reinventar-se das maneiras menos convencionais. reinventar-se para espantar medos, pudores e dependência. reinventar-se pela sonoridade que ritmiza a vida de um compositor. reinventar-se pelo sniff out de nossa interação. reinventar-se pela graça de começar.

terça-feira, 7 de maio de 2013

as incertezas do amor.

eu sei que te amo porque, às vezes, não te amo. quando há um atrito no dia, meu humor muda, os olhos ficam marejados e sou obrigada à usar óculos escuros. eu sei que te amo porque, por mais que seu short de dormir esteja largo e velho e eu insista que compre outro, acho que ele faz parte essencial de você. eu sei que te amo porque, quando demoras para chegar em casa, me inclino, observo e espero, através do olho mágico, sua chegada pelo corredor amarelado. eu sei que te amo porque, por mais que eu reclame da intimidade existente entre nós, é algo de nós e somente. e você será à única pessoa com quem compartilharei de tanta intimidade. eu sei que te amo porque, por mais que deseje outras pessoas, não vejo meus braços entrelaçando outra pessoa pela manhã que não seja você. eu sei que te amo porque, vez ou outra, tenho vontade de ir embora e largar tudo. mas, eu te amo tanto que, todos os dias, volto para casa e torço para que perguntes como foi meu dia. eu sei que te amo porque, vez ou outra, tenho dúvidas se te amo. e, não havendo certeza absoluta, me apaixono várias vezes por você.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

joelhos.

os joelhos expostos. e nada mais belo do que um par de belos joelhos expostos ao sol. nem magros ou tão pouco gordos. joelhos perfeitos. parte importante da perna e meio do caminho até os pés. outra parte importante de se observar. os pés. mas, não quero falar dos pés. quero falar dos belos joelhos expostos ao sol do qual vi, admirei e quis. joelhos que flertam, que flexionam e que sustentam todo um conjunto de ligações nervosas e tranquilas do corpo. joelhos roliços e contornados. daqueles que possuem um desenho assimétrico ao restante do corpo. afinal, de que adianta beleza se os joelhos forem feios? 
tenho visto muitos joelhos. alguns esquecidos, maltratados ou pouco amados. joelhos sim. quando flexionados na cadeira, timidamente encobertos pela toalha que cobre a mesa. ou quando flexionados para dar equilíbrio. joelhos. nada mais que joelhos. 
sinto pesar pelas pessoas que não se aventuram pelo corpo. ou caem sempre nos mesmos clichês. olhos, bocas, mãos, nádegas e pés. claro, não esquecendo da parte que difere o homem da mulher e a mulher do homem. mas, por quê não os joelhos? 
quero a liberdade para os joelhos aprisionados pela calças ou escondidas pelas saias longas. quero a exposição necessária para tal parte tão essencial de nossa estrutura. quero joelhos como símbolos de fetiches modernos. 
nem magros ou tão pouco gordos. quero joelhos perfeitos.



quarta-feira, 24 de abril de 2013

um dia de abril

hoje eu senti vontade de um cigarro. mas, sufoquei essa vontade. como tenho feito com tantas outras vontades que emergem de meu âmago e são dissolvidas feito partículas de pó em água. hoje eu senti vontade de um cigarro. mas, não do ato de segurar um cigarro. ou do cheiro da nicotina. senti vontade da primeira tragada, quando o pulmão recebe aquela carga de fumaça tóxica e tão tóxica quanto a monotonia dos dias que temos vivido. 
hoje eu preciso fazer algo diferente. 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

mais de 9 mil dias de vida

sim, os 26 anos batem a porta. e o que sinto hoje? oscilações de humor. o que sinto agora? vontade besta de chorar. sem motivo algum. sem precisão alguma. pois bem, mais de 9 mil dias de vida. ¾ de vida e muitas coisas conquistas, vividas, desejadas, amadas, superadas e sonhadas. coisas que vem e que vão. sensações que emergem. saudades que florescem. 

e, amanhã, iniciará um novo ciclo.

e que seja o ciclo do sucesso.

sábado, 26 de janeiro de 2013

prosa de família


sábado. 9h. olhando fotos de família. ligo para minha avó materna:

- Vó Vanda, que ano você nasceu?
- 1942.
- E a sua mãe, a Cida?
- 1925.
- E a Leonor mãe da sua mãe (minha tataravó)?
- Ah, não lembro. 
- E qual a história da sua avó?
- Ela era do interior. Teve um caso com o patrão dela e engravidou.
- Mas, de onde era a família dela?
- Minha bisavó era da Suécia e veio para o Brasil.
- Ah... E com quem a sua mãe casou?
- Com João Jerônimo. Ela tinha 16 anos (1941). E eu nasci no ano seguinte.
- E por quê nunca vi fotos dele? 
- Tenho as fotos aqui em casa.
- E tem fotos do pai da Cida?
- Tenho também. 
- E foto do pai da minha mãe?
- Eu só tenho as do casamento.
- Mas ele era negro?
- Ele era moreno.
- Mas, e a família dele?
- Eram de São Paulo.
- Mas, se ele era moreno, alguém da família dele era negro. Logo, ele tinha descendência africana.
- Sim. 
- Me mostra as fotos no próximo fim de semana?
- Mostro. Já deixo elas separadas.
- Tá. Também levo um caderno para anotar tudo isso.
- Tá bom.
- Tchau Vó.
- Tchau Sam.



segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

vinte e um dias sem fumar.


tenho entrado menos na padaria. tenho reparado mais nos alheios costumes de se fumar. como as pessoas seguram o cigarro ou como dispensam o mesmo na rua. tenho reparado nas horas em que as pessoas fumam ou em como elas cheiram depois de fumar. tenho sentido menos vontade conforme o passar dos dias. tenho reparado como a nicotina faz parte da rotina das pessoas e pensando em como isso é um hábito que pode ser contido através de novos costumes.


mudei minha rotina. mudei meus passos. mudei meus horários. talvez, isso ajude a sentir menos vontade de fumar. e, também, nem é a ausência da sensação de satisfação ou completude que a nicotina proporcionava. o que mais marcou os primeiros dias foi o costume de posicionar os dois dedos (indicador e médio) que sustentava o cigarro. 

vinte e um dias sem fumar. vinte e um é múltiplo de sete. sete é meu número da sorte.

muitos setes pela frente! 


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

lorota esp 2013

80 anos já é mais que um senhor. cresceu, amadureceu e permaneceu. nasceu durante a revolução de 32 e cresceu no período em que São Paulo vivia grande furor de sua burguesa intelectualidade. convívio de algumas celebridades.... Donald Pierson, Erundina, Florestan Fernandes, FHC e, claro, Adão, vulgo Peixuxa. 

já  foi escola, já foi livre. quase morreu de falência e hoje é fundação. já teve assembleias. já teve greve. já teve abacate. já foi casarão. já teve confusão. já teve festas na madrugada. já teve aluno levando enquadrão.

lugar onde muitos sonhos floresceram. lugar onde muitos amores cresceram (e morreram, é claro). lugar onde muitos já choraram. lugar onde muitos já se entregaram. lugar onde se deixa marcas profundas, de persona, de caráter e de vida. 

não, não é o lugar da perfeição e, muito menos, da salvação do mundo. mas, certamente, é o lugar que te despertará para além desse mundo.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

.o amarelo e o 7.

o amarelo e o 7. o amarelo. felicidade. brilho. luxo. o 7. perfeição. concentração. introspecção. o amarelo. a luz do abajur. o sol. o dente de um fumante. o 7. 7 primeiros dias do ano. 7 dias sem fumar.  7 pecados capitais. o amarelo. a imagem da foto. a cor dos olhos de um fígado doente. a espera do semáforo. o 7. o dia do descanso divino. os 7 dias da semana. as 7 maravilhas do mundo. o amarelo. a porta do apartamento. as paredes do corredor. o vestido velho. o 7. a soma do número do apartamento. a soma da minha idade. vaidade.