a brisa gélida de outono talvez seja a época mais estranha e passada para meus sentidos.
todos os lugares por onde costumo passar, carrega consigo um pouco de muita coisa do que já foi passado. mas, com essa brisa de outono, parece que tudo irá se refazer ali, em minha frente. é como se eu pudesse sentir o mesmo cheiro, o mesmo gosto, o mesmo sentido, ouvir as mesmas coisas, as mesmas pessoas, falar com gente já esquecida.
os caminhos que percorro, por mais que tente desfazer uma rua ou outra, me levam ao mesmo ponto, o mesmo ponto que fujo antes de tudo. antes de querer, já há uma saída de prontidão.
são memórias que os ventos de outono costumam soprar com suas brisas. são as mesmas datas, em épocas distintas... achei memórias que ganhei de amigos que não estão, necessariamente, ligadas à nada. mas que remetem aquela época por serem coisas do mesmo dia. e foram tantas coisas... ainda tenho na recordação cada minuto do primeiro dia,..., mas são somente memórias. coisas que ficaram longíquas, que somente a brisa de outono revive. mas são somente memórias, recordações de outra vida.
não as quero novamente. as lembranças são somente para provar que as coisas tiveram passagem e tiveram seu tempo, e que acabou. e é isso. o que tenho hoje são lembranças; boas ou não, depende do dia, do humor, da companhia...
segui em frente. não parei no tempo nem deixei minha face se desfazer em lágrimas vil, talvez, os motivos não as merecessem de fato.
e o que merece ser guardado na memória? o que fazer com as passadas? existe algum tipo de arquivo com senha para escondê-las?
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