acordou atrasada, como todos os dias desse último mês. aliás sua elegância com pontualidade estava deixando a desejar e, ela mesma, não sabia por quê. talvez, porque estivesse cansada de tudo, todos, do mesmo de sempre. quando o relógio despertava de manhã, ela olhava para a tecla de desativar e pedia mais uma hora de sono.
levantou-se da cama e caminhou para o banheiro, onde a água quente certamente a faria acordar aos poucos. abriu os olhos lentamente, sentindo a sensação de cada gota de água que acarinhava seu corpo.
desligou o chuveiro. apanhou a toalha de algodão. secou o corpo. caminhou nua pelo apartamento. ligou o rádio. foi até a cozinha e colocou água para o café no fogo. o celular tocou. caminhou até o meu da sala e viu, pelo visor do aparelho, que era seu chefe. resolveu não atender. voltou para a cozinha. tomou o café e comeu seus biscoitos de chocolate.
voltou para o quarto. abriu uma gaveta. vestiu uma calcinha e um sutiã. no armário, pegou um jeans, uma camisa e um tênis. penteou o cabelo em coque. Sempre achou que era mais charmoso do que qualquer outra coisa.
Pegou sua bolsa. conferiu o que tinha dentro. agenda, canetas, carteira, nécessaire, livro, papel, jaqueta, remédios, caixa de cigarro. tudo certo.
apanhou a chave que estava sobre a mesa.olhou ao redor para conferir se nada estava fora de sua ordem. abriu a porta. abaixou a cabeça. pensou: “odeio ter de trabalhar”. fechou a porta com chaves. saiu para mais um dia que demoraria para passar.
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