- achei que você não havia reparado na minha presença.
era uma paixão nova, daquelas que lhe tira o folego só de sentir ou pensar. não sabia o quanto duraria e, de certa forma, sabia como suas sentimentalidades fugazes lidavam com isso. e, ao mesmo tempo, adorava aquela epifania de espera por qualquer sinal de agrado. já lhe era tão passado essa sensação que mal se reconhecia agora, no mesmo sentido que lhe causava certa ânsia aquele toque de momentaneidade.
dizem que paixões duram o tempo de uma estação climática. se passar disso, é amor. mas o amor não lhe deixava lá contente. trazia algo morno, parado e sem tempero. paixão sim, tem todo aquele gosto de coisa nova. misto de sedução com gestos acalorados. quando as pernas bambeiam e o coração entra em disritmia e a vontade de o tempo parar para todos e seguir em lentidão para a outra pessoa e você é o que mais almeja.
quando o beijo é dado entre o canto da boca e a vontade de, discretamente, escorregar os lábios para que um beijo aconteça. quem sabe depois desse outro, outro, outros... mordia os lábios toda vez que pensava nisso e já não sabia se pensava em outra cousa senão nos lábios, no sorriso, no jeito que o cabelo mexia com o dançar do corpo, com os simbolismos que eram deixados à vista para que não houvesse duvida.
sentia um arrepio pelo corpo que lhe causava moleza quando cruzava os olhos despercebidos. no sentido que queria, poderia olhar para aqueles olhos que pareciam tão profundos que poderia buscar em seus círculos inspirações para escrever sobre o tempo e o vento, sobre amores e dores, sobre música e poesia, sobre a vida e tudo o que aqueles olhos escondiam por trás de uma pequena vidraça emoldurada em acrílico.
o que aqueles olhos poderiam lhe mostrar? o que aqueles lábios queriam lhe provar (ou tentar)? o que aquele corpo lhe chamaria para dançar?
Vou guardar as palavras... e o carinho.
ResponderExcluirSó não quero guardar a vontade do beijo...