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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

.ode aos surtos.

herdei alguns temperamentos de meus pais. de minha mãe, herdei a questão da intolerância, do 8 ou 80, do perfeccionismo. do meu pai, herdei o jeito rude (às vezes), os estalos de mau humor e o faça você mesmo. mas prefiro me enquadrar mais na minha mãe.
mas existe algo em minha personalidade que adoro, e não é genético: os meus surtos. nos meus picos de estresse ou de calmaria, sempre surge uma forma interna que faz algo muito diferente. não é algo tão radical, mas algo que muda muita coisa. minhas tatuagens e meu cabelo são os exemplos mais visíveis para esses surtos. o do cabelo, lembro até hoje: acordei muito cedo naquele dia e fui tomar banho. puxei o cabelo para frente e passei a tesoura. ficou na altura do queixo. lembro que em seguida minha mãe acordou, passou do meu lado e dez minutos depois, perguntou se eu tinha cortado o cabelo. mas isso foi quando eu tinha 18 anos e ele estava grande mesmo. agora, aos 21, raspei, em um surto. as tatuagens foram pensadas e pensadas, mas a decisão só veio no "fazer agora".
esses surtos me fizeram crescer e aprender muita coisa: já surtei e sai de um trabalho que eu estaria em cargo de supervisão, já surtei em uma OSCIP que eu trabalhava (também, cumprindo 3 funções, era demais para minha cabeça!), e começo a crêr que esteja surtando nesse atual. mas estou aprendendo a ter um determinado controle sobre isso, o que é muito bom. deveras vezes, tenho vontade de ligar para o chefe e dizer: "Tchau, estou largando o estágio. Boa sorte. Valeu mesmo!". mas seguro as pontas e acho algo que possa me motivar a permanecer. não é fácil trabalhar com projeto social... não é fácil fazer sociologia e política e compreender que estamos dentro de uma roda de chamas que pode te queimar a qualquer hora.
mas acabo me divertindo bem, quando não estou passando por crises existênciais.
nunca fui a psicológos e talvez não vá mesmo. tenho medo de me abrir com alguém a ponto de saber qual o significado dos meus sonhos e pesadelos. tenho outras formas terapêuticas, que me fazem conhecer-me melhor e ser mais tolerante. sem precisar de nada químico. os meus surtos são uma forma de me manter sã.

.surto logo existo.

são 17h53.

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