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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

.boca aberta.

sempre achei consultório dentário um tanto curioso. meu novo dentista deve ter seus aproximados 32 anos. o consultório é branco, possui três quadros discretos de flores em duas paredes, um aparelhado de materiais básicos de profissão e, é lógico, a cadeira no meio da sala. assim que entro, me encaminha para que deite na cadeira. assim que estendo o corpo, ele vem com a célebre frase: abre a boca. tudo bem doutor. é esse o momento que quero ressaltar: a ocasião em que fico deitada, quase imóvel, com a boca aberta, com um homem debruçado sobre meu corpo e com um metal em minha boca! mas isso não é o pior. o pior é não saber se fico com os olhos abertos, correndo o risco de cruzar com o olhar dele ou se fico com os olhos fechados, imaginando estar em outro lugar. e se fico com os olhos abertos, o piscar nesse momento pode ser crucial! extremamente desconfortável! enfim, poderia ser uma cena romântica de filme hollywoodiano, aquele trecho em que o relacionamento está em crise e fica um não saber o que fazer entre os personagens. assim que passa esse momento, levanto da cadeira e recebo o diagnóstico.saio do consultório com outra visita marcada.

meu dentista: alguém por quem fico de boca aberta, mas sem nenhum gosto. somente um desejo estranho de acabar essa sessão.

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