em cada cruzamento, em cada esquina de sampa, sempre pode-se sentir o odor que paira pela cidade. uma mistura de comida estragada com dejetos humanos e urbanos. algo entre podridão e ingratidão.
as pessoas se esquivam desses entulhos e acabam entrando em choque com outros indíviduos que estão em mesma situação, desviando de sua própria sujeira. afinal, se nossa cidade está tão suja, os culpados somos nós, que jogamos lixo na rua, deixamos outros jogarem e achamos que aquele lixo na rua não é meu. por contas, se a cidade é nossa, por quê não cuidar dela como deveriamos? se passamos a maior parte de nosso tempo nas ruas concretas dessa selva de concreto, suponho que seja nossa casa, as ruas de transeuntes bambos, me torno indignada com a indiferença posta nas olhos daqueles que atravessam a rua sem olhar para o que está na calçada.
o homem aprendeu a contruir prédios, a voar como pássaros, devasta lugares, foi a lua e procura por outras vidas em planetas anos-luz de nós. mas ainda não sabe olhar para o outro e dizer bom dia.
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