Mulheres acordam loucas Às vezes Em alegria insana Que espanta E atormenta Os desavisados Querem a vida aos pedaços Todos os pedaços Notadamente os negados. Querem amar os amores Os passados E os porvires Se por acaso vieres E se não vieres Mulheres Às vezes Querem viver a vida com os dentes E queimar as indecisões do ventre Em fogueiras medievais. Bombardear barreiras bárbaras Sonhar sonhos selvagens Ter todos os filhos Conquistar todos os montes Salvar todos os homens E povoar um mundo novo
Mulheres acordam náufragas Às vezes E se afundam no mar das dúvidas E das delicadezas invisíveis Nas miúdas feridas Que nos fizerem sem ver Inesquecíveis dores. Querem recolher os filhos Esquecer os amantes Fechar as cortinas E chorar o desconsolo estéril. Querem temer o futuro Com espanto E presságio. Mulheres acordam mudadas No mundo da permanência. Mulheres acordam no mar ou na fogueira Em aflição ou vitória E vivem os dias Como se fossem todos os dias Inadiáveis. Mulheres mudam Em dias imutáveis.
Mulheres acordam náufragas Às vezes E se afundam no mar das dúvidas E das delicadezas invisíveis Nas miúdas feridas Que nos fizerem sem ver Inesquecíveis dores. Querem recolher os filhos Esquecer os amantes Fechar as cortinas E chorar o desconsolo estéril. Querem temer o futuro Com espanto E presságio. Mulheres acordam mudadas No mundo da permanência. Mulheres acordam no mar ou na fogueira Em aflição ou vitória E vivem os dias Como se fossem todos os dias Inadiáveis. Mulheres mudam Em dias imutáveis.
Mirian Leitão - Feminino*
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