Eu te dei.
Dei-te todas às vezes que quis. Quando pensava em teu corpo, lá estava. E assim eu o tinha.
Dei-te durante as horas que seguiam noite. Emaranhávamos os corpos à mercê de limites.
Dei-te o tempo, o desejo, o suor, o meu prazer. Era a realização do meu desejo. Nada mais.
Dei-te enquanto teu corpo rendia libido. No dia que você virou comum, dei-lhe adeus.
Dei-te por minha satisfação e ego.
Eu te dou.
Dou-te o abraço, o beijo desejoso por outros beijos. Viva boca que chama meus sentidos.
Dou-te as ancas, as entranhas. Tiras minha segunda pele e arranque gemidos tolos e roucos.
Dou-te todas às vezes que quereres. Será meu corpo em teu corpo. O teu prazer em meu prazer.
Dou-te quando ninguém perceber. Entre sua nuca e seu pé, minha saliva fecha seus poros.
Dou-te por minha paixão e afeto.
Eu te darei.
Dar-te-ei um dia, quando menos esperar. No dia em que me ligares e convencer-me de que pode fazer muito mais.
Dar-te-ei quando o dia se fizer por noite e quando a noite fizer por dia. No véu negro das horas, irei clarear teus instintos.
Dar-te-ei os sentidos, a luxúria, as perversidades dessa máquina desejante, os segredos de uma libertina.
Dar-te-ei as palavras sacanas, ditas ao pé do ouvido, somente em sigilo. E junto com as palavras, virão gestos e olhos que não terão mais foco.
Dar-te-ei por minha única vaidade.
Dei-te, dou-te e dar-te-ei algo para meu, e somente meu.
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