como gatos vadios, prefiro o meu tempo noturno. a insônia se tornou minha maior companheira, dona de meus pensamentos e inspirações. tenho descoberto minhas palavras a noite, quando melhor estão amaciadas pelo dia, e carregadas de idéias vividas.
sempre me dei bem com as palavras. de pequena, a leitura me fazia imaginar atos/fatos/atores que só poderiam existir na minha imaginação. como cantado numa música pela elis regina: "Como um conto de fada tem sempre uma bruxa pra apavorar. O dragão comendo gente e a bela adormecida sem acordar. Tudo que o mestre mandar e a cabra cega roda sem enxergar. E você se escondeu, e você esqueceu... (jardins da infância)". lembro da biblioteca do bairro que morei quando pequena, como outras instalações públicas, eram sóbrias e frias. mas a adorava! toda semana, eram três livros que me acompanhavam quando saia de lá. quantos livros será que já li? ...
sempre gostei muito das palavras. de suas estéticas e graças. podem ser charmosas e, quando bem usadas, uma pode dizer mais que uma frase inteira. as palavras, quando minhas, tomaram liberdade de dizeres sobre tudo e nada, uma mistura de sentidos.
nesses dias, algumas me fugiram. como gatos vadios notívogas, foram para o lado de alguém que as tenha raptado (diga-se de passagem). tratadas com respeito, carinho e diversão, foram levadas à passear! enquanto eu ficava aqui, preocupadíssima de seus paradeiros! e lá estavam elas, despreocupadas e leves por aí, na companhia de outrem... as invejo. as invejo por essa liberdade exagerada de irem sem se importar. de serem agraciadas sem minha presença.
mas estão de volta. mas logo, serão elas a me invejar...
textos de própria autoria, de própria vida. minha vida, sua vida, nossa vida.
sábado, 31 de janeiro de 2009
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
.pensamentos perdidos.
por diversas vezes, quis que meus pensamentos fossem embora. que eles encontrassem outra cabeça para brilhar ou outras mãos para serem expremidas. ou que eles criassem asas e fossem pousar em outra mente de idéias mirabolantes.
para tudo, há um explicação. para tudo, há a sua hora. para todo infortúnio, há o seu tempo de calmaria.
é necessário ter paciência de sábios e jós para isso.
recebi dois sinais de fogo hoje. o primeiro, de uma amiga de anos, que diz estar em tempos de temporais. o segundo de uma amiga que tem asas (parece uma abelha), que diz estar em dias ruins, carente. bate-me despero quando vejo meus queridos nesses dias. não sei como a compreensão deles apazigua as idéias. é o treino da calmaria, do amor próprio, do amor fraterno, da esperança sem ilusão, do querer bem sem egoísmo. não lembro quanto tempo levei para entender isso, mas hoje, vejo que meu espírito envelheceu por isso, por essa compreensão ganha pela colombina.
quando os dias estão em tempestades confusas, recorro à meus amigos. faço deles, minha morada de paz e refúgio. existe alguns em especiais que não preciso citar nomes. mas é o telefone deles que toca, o msn que pisca e a campanhia toca. um me ouve profundamente, com a maior paciência do mundo e me dá conselhos que poderiam me transformar num monstro! outro, com grande amor, me ensina com palavras lindas sobre o nosso deus interior. e outros que estão sempre comigo, fisicamente ou nos sentidos. os amo muito, e não seria metade do que sou sem eles.
descubro uma nova amizade recente. pessoa conheci de décadas, mas em pouco tempo, se tornou muito mais do que amor, mas algo essencial de todas as formas: minha mãe, que tem me acolhido em momentos de afeto e solidão. ouve minhas besteiras mais bizarras e ainda me dá a mão. te amo muito. e sou tudo o que sou, graças à ti. aliás, bela noite de amor foi o dia em que me conceberam! parabéns para vocês!
...
para tudo, há um explicação. para tudo, há a sua hora. para todo infortúnio, há o seu tempo de calmaria.
é necessário ter paciência de sábios e jós para isso.
recebi dois sinais de fogo hoje. o primeiro, de uma amiga de anos, que diz estar em tempos de temporais. o segundo de uma amiga que tem asas (parece uma abelha), que diz estar em dias ruins, carente. bate-me despero quando vejo meus queridos nesses dias. não sei como a compreensão deles apazigua as idéias. é o treino da calmaria, do amor próprio, do amor fraterno, da esperança sem ilusão, do querer bem sem egoísmo. não lembro quanto tempo levei para entender isso, mas hoje, vejo que meu espírito envelheceu por isso, por essa compreensão ganha pela colombina.
quando os dias estão em tempestades confusas, recorro à meus amigos. faço deles, minha morada de paz e refúgio. existe alguns em especiais que não preciso citar nomes. mas é o telefone deles que toca, o msn que pisca e a campanhia toca. um me ouve profundamente, com a maior paciência do mundo e me dá conselhos que poderiam me transformar num monstro! outro, com grande amor, me ensina com palavras lindas sobre o nosso deus interior. e outros que estão sempre comigo, fisicamente ou nos sentidos. os amo muito, e não seria metade do que sou sem eles.
descubro uma nova amizade recente. pessoa conheci de décadas, mas em pouco tempo, se tornou muito mais do que amor, mas algo essencial de todas as formas: minha mãe, que tem me acolhido em momentos de afeto e solidão. ouve minhas besteiras mais bizarras e ainda me dá a mão. te amo muito. e sou tudo o que sou, graças à ti. aliás, bela noite de amor foi o dia em que me conceberam! parabéns para vocês!
...
domingo, 25 de janeiro de 2009
.às vezes.
às vezes, não mais que às vezes, eu queria largar tudo. correr pelo mundo, abandonar as pessoas, encontrar as palavras, imaginar lugares e sentir o meu ser.
às vezes, não mais que de repente, eu queria encontrar alguém. que fosse alguém que me fizesse chorar quando houvesse alegria e me fizesse rir quando houvesse tristeza.
às vezes, não mais que de surpresa, gostaria que o telefone tocasse. que do outro lado fosse alguém que me dissesse "oi". e ao mesmo tempo, eu saberia que ela estaria sorrindo quando dissesse isso.
às vezes, não mais que duas vezes, talvez, e que dessa vez, fosse cruzar o caminho de alguém que mudasse o rumo, perdesse o sentido e ficasse sem ar.
às vezes, não mais que algumas palavras, a feição maior e mais pura pudesse tocar os sentidos, as batidas e as piscadas de olhos, ao cruzar outros olhos.
às vezes, nem menos que vinte vezes, eu pudesse aprender o caminho certo. mesmo perdida, que ele surgisse no meio da neblina fria e me levasse para o caminho que devo trilhar.
às vezes, e sempre que puder, encontrar um ouvido. e que esse ouvido fosse de um amigo, que me escutasse. e que esse amigo, pudesse ter palavras doces para que eu as ouça. e que esse amigo tenha mãos e presença, para trocar carinho.
às vezes, e raramente, quero estar no lugar errado. com isso, poderei aprender sobre meus instintos e confiar no que sinto. aprenderei a estar alerta as curvas do vento.
às vezes, e nunca, que o destino me apresentasse pessoas falsas. assim poderei aprender a separar a verdade e a mentira, e que eu aprenda a valorizar a verdade. e as pessoas de verdade.
às vezes, e na madura vida, eu aprenda que tudo é fase. que o que apavora hoje, me fará rir amanhã. e que o que sofro e sinto dor hoje, será anestesiado pelo tempo e curado pelas novidades do futuro.
às vezes, e pela minha vida inteira, quero ter as palavras certas e as palavras erradas, para que eu esteja aqui, dizendo o que sinto, o que penso, o que digo, o que sou.
às vezes, e eternamente, serei sempre eu mesma. um pedaço disso tudo.
Por Samira Nagib.
às vezes, não mais que de repente, eu queria encontrar alguém. que fosse alguém que me fizesse chorar quando houvesse alegria e me fizesse rir quando houvesse tristeza.
às vezes, não mais que de surpresa, gostaria que o telefone tocasse. que do outro lado fosse alguém que me dissesse "oi". e ao mesmo tempo, eu saberia que ela estaria sorrindo quando dissesse isso.
às vezes, não mais que duas vezes, talvez, e que dessa vez, fosse cruzar o caminho de alguém que mudasse o rumo, perdesse o sentido e ficasse sem ar.
às vezes, não mais que algumas palavras, a feição maior e mais pura pudesse tocar os sentidos, as batidas e as piscadas de olhos, ao cruzar outros olhos.
às vezes, nem menos que vinte vezes, eu pudesse aprender o caminho certo. mesmo perdida, que ele surgisse no meio da neblina fria e me levasse para o caminho que devo trilhar.
às vezes, e sempre que puder, encontrar um ouvido. e que esse ouvido fosse de um amigo, que me escutasse. e que esse amigo, pudesse ter palavras doces para que eu as ouça. e que esse amigo tenha mãos e presença, para trocar carinho.
às vezes, e raramente, quero estar no lugar errado. com isso, poderei aprender sobre meus instintos e confiar no que sinto. aprenderei a estar alerta as curvas do vento.
às vezes, e nunca, que o destino me apresentasse pessoas falsas. assim poderei aprender a separar a verdade e a mentira, e que eu aprenda a valorizar a verdade. e as pessoas de verdade.
às vezes, e na madura vida, eu aprenda que tudo é fase. que o que apavora hoje, me fará rir amanhã. e que o que sofro e sinto dor hoje, será anestesiado pelo tempo e curado pelas novidades do futuro.
às vezes, e pela minha vida inteira, quero ter as palavras certas e as palavras erradas, para que eu esteja aqui, dizendo o que sinto, o que penso, o que digo, o que sou.
às vezes, e eternamente, serei sempre eu mesma. um pedaço disso tudo.
Por Samira Nagib.
sábado, 24 de janeiro de 2009
.o gato tranquilo.
Ei-lo, quieto, a cismar, como em grave sigilo, vendo tudo através a cor verde dos olhos, onça que não cresceu, hoje é um gato tranqüilo. A sua vida é um "manso lago", sem escolhos... Não ama a lua, nem telhado a velho estilo. De uma rica almofada entre os suaves refolhos, prefere ronronar, em gracioso cochilo, vendo tudo através a cor verde dos olhos. Poderia ser mau, fosforescente espanto, pequenino terror dos pássaros; no entanto, se fez um professor de silêncio e virtude. Gato que sonha assim, se algum dia o entenderdes, vereis quanto é feliz uma alma que se ilude, e olha a vida através a cor de uns olhos verdes.
Cassiano Ricardo
Cassiano Ricardo
.para além de minhas palavras.
para meus pensamentos, meus sentimentos, meus delírios.
eu viveria o tempo certo. sem pressa. sem rumo. tocando em frente...
eu falaria sobre saudade... sobre desapego e realizações...
eu aprenderia pelos atos, entenderia atores e faria do cenário algo passado, sem que haja voltas. o passado por abrir feridas que machucam várias vezes, mesmo secas pelo tempo...
eu faria dela um aprendizado, um novo acerto para erros antigos, um novo sorriso para antigas lágrimas.
que ele falasse sobre utópia e coisas com milhares de sentidos...
eu escreveria um conto de três pontos.
usaria para ampliar a visão daqueles que pouco enxergam além de seu umbigo!
eu o levaria para além horizontes...
eu a transformaria em uma estrela cadente... faça um pedido!
"quem seria esse ser que encontra-se refletido na imagem?"
eu a repartiria em milhares de pedacinhos e plantaria pelo mundo afora.
eu sentiria saudades dele quando havia mais pessoas, do que somente eu.
pode ir agora? perai que vou fazer as malas, pegar os livros..............................................................................
eu voaria para além longe...longe...e perto...
eu tocaria as coisas mais secretas do sentimento humano.
eu o encheria com o esquecimento.
eu o amaria e o faria um amor livre de qualquer egoísmo humano.
que ele fosse algo bem profundo ou que me fizesse emocionar.
não sei o que seria, sei quem talvez, gostaria de ser: Pagu!
eu jogaria cara ou coroa para escolher.
eu a plantaria para que crescesse um jardim!
eu faria ser uma história de conquistas sem fim!
eu o guardaria na imensidão do meu ser.
eu aproveitaria o agora.
iria retratar o urbano, o que é a sociedade moderna...
eu faria novos seres humanos.
não voltaria. já quis voltar, mas passado é passado e pronto.
se você me desse o Universo inteiro, seria como reduzir tudo à pó!prefiro que ele seja infinito e misterioso como é.
a deixaria voar livre, não podemos aprisionar nada e ninguém.
iria separar da ilusão. a esperança sempre está associada a ilusão.
eu divagaria sobre ele.
eu plantaria um campo de girassóis para brincar de bem me quer e mal me quer.
deixariam brilhar dia e noite.
eu mudaria deus.
eu viveria o tempo certo. sem pressa. sem rumo. tocando em frente...
eu falaria sobre saudade... sobre desapego e realizações...
eu aprenderia pelos atos, entenderia atores e faria do cenário algo passado, sem que haja voltas. o passado por abrir feridas que machucam várias vezes, mesmo secas pelo tempo...
eu faria dela um aprendizado, um novo acerto para erros antigos, um novo sorriso para antigas lágrimas.
que ele falasse sobre utópia e coisas com milhares de sentidos...
eu escreveria um conto de três pontos.
usaria para ampliar a visão daqueles que pouco enxergam além de seu umbigo!
eu o levaria para além horizontes...
eu a transformaria em uma estrela cadente... faça um pedido!
"quem seria esse ser que encontra-se refletido na imagem?"
eu a repartiria em milhares de pedacinhos e plantaria pelo mundo afora.
eu sentiria saudades dele quando havia mais pessoas, do que somente eu.
pode ir agora? perai que vou fazer as malas, pegar os livros..............................................................................
eu voaria para além longe...longe...e perto...
eu tocaria as coisas mais secretas do sentimento humano.
eu o encheria com o esquecimento.
eu o amaria e o faria um amor livre de qualquer egoísmo humano.
que ele fosse algo bem profundo ou que me fizesse emocionar.
não sei o que seria, sei quem talvez, gostaria de ser: Pagu!
eu jogaria cara ou coroa para escolher.
eu a plantaria para que crescesse um jardim!
eu faria ser uma história de conquistas sem fim!
eu o guardaria na imensidão do meu ser.
eu aproveitaria o agora.
iria retratar o urbano, o que é a sociedade moderna...
eu faria novos seres humanos.
não voltaria. já quis voltar, mas passado é passado e pronto.
se você me desse o Universo inteiro, seria como reduzir tudo à pó!prefiro que ele seja infinito e misterioso como é.
a deixaria voar livre, não podemos aprisionar nada e ninguém.
iria separar da ilusão. a esperança sempre está associada a ilusão.
eu divagaria sobre ele.
eu plantaria um campo de girassóis para brincar de bem me quer e mal me quer.
deixariam brilhar dia e noite.
eu mudaria deus.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
.Obama seria o milagre?.
Barack Houssen Obama tomou posse da presidência dos Estaos Unidos da América no dia 20 de Janeiro de 2009. Não somente entra para a história como o 44º presidente dos EUA, como o primeiro negro à tomar posse do maior cargo público mundial.
Desde as eleições, vemos pessoas que clamaram por seu nome pedindo algo novo, na esperança que ele fosse o renascer americano, em meio a uma crise que assola o mundo todo. Será que ele trará a solução?... Ele assumirá o cargo com preocupações e cobranças do começo. Não terá tempo de aquecer a cadeira da sala oval, mas logo arregaçará as mangas para melhorar o bem estar social americano.
Em seu discurso de posse, ele afirma a saúde é cara, as escolas estão sendo deixadas para trás e tem gasto energia demais com os adversários... Ressalta diversas vezes sobre o modo americano de trabalhar e contruir uma nação, com garra, força e vontade. E o quanto eles se esforçaram! Diz com clamor e com palavras que arrancaram lágrimas, da liberdade americana que une sonhos. Confirma que há muito trabalho à fazer, e que irão arregaçar as mangas. Exalta sobre a luta contra as ideologias que desuniram nações, o facismo e o 'comunismo' (?!). Existe um trecho no discurso que deve ser acentuada aqui: "Aos povos das nações pobres: comprometemo-nos a trabalhar ao lado de vocês para que suas fazendas floresçam e águas limpas possam fluir; para alimentar corpos esfomeados e mentes famintas". Ele mereceu aplausos initerruptos, assim como aconteceu.
Vejo que muitos depositam nele uma confiança incontável!
Toda vez que ele é mencionado, exala-se uma paixão em dizer que ele é negro. Isso de fato é um passo muito grande, mas acho que estão glorificando demais um mortal. Não é pela sua cor que ele trará milagres, pode-se trazer idéias novas, mas ele não é nenhum milagreiro.
Por favor pessoas, permaneçam com os pés no chão!
Desde as eleições, vemos pessoas que clamaram por seu nome pedindo algo novo, na esperança que ele fosse o renascer americano, em meio a uma crise que assola o mundo todo. Será que ele trará a solução?... Ele assumirá o cargo com preocupações e cobranças do começo. Não terá tempo de aquecer a cadeira da sala oval, mas logo arregaçará as mangas para melhorar o bem estar social americano.
Em seu discurso de posse, ele afirma a saúde é cara, as escolas estão sendo deixadas para trás e tem gasto energia demais com os adversários... Ressalta diversas vezes sobre o modo americano de trabalhar e contruir uma nação, com garra, força e vontade. E o quanto eles se esforçaram! Diz com clamor e com palavras que arrancaram lágrimas, da liberdade americana que une sonhos. Confirma que há muito trabalho à fazer, e que irão arregaçar as mangas. Exalta sobre a luta contra as ideologias que desuniram nações, o facismo e o 'comunismo' (?!). Existe um trecho no discurso que deve ser acentuada aqui: "Aos povos das nações pobres: comprometemo-nos a trabalhar ao lado de vocês para que suas fazendas floresçam e águas limpas possam fluir; para alimentar corpos esfomeados e mentes famintas". Ele mereceu aplausos initerruptos, assim como aconteceu.
Vejo que muitos depositam nele uma confiança incontável!
Toda vez que ele é mencionado, exala-se uma paixão em dizer que ele é negro. Isso de fato é um passo muito grande, mas acho que estão glorificando demais um mortal. Não é pela sua cor que ele trará milagres, pode-se trazer idéias novas, mas ele não é nenhum milagreiro.
Por favor pessoas, permaneçam com os pés no chão!
.soneto XI.
Tenho fome de tua boca, de tua voz, de teu pêlo,
e pelas ruas vou sem nutrir-me, calado,
não me sustenta o pão, a aurora me desequilibra,
busco o som líquido de teus pés no dia.
Estou faminto de teu riso resvalado,
de tuas mãos cor de furioso celeiro,
tenho fome da pálida pedra de tuas unhas,
quero comer tua pele como uma intacta amêndoa.
Quero comer o raio queimado de tua beleza,
o nariz soberano do arrogante rosto,
quero comer a sombra fugaz de tuas pestanas
e faminto venho e vou olfateando o crepúsculo
buscando-te, buscando teu coração ardente
como um puma na solidão de Quitratúe.
Pablo Neruda
e pelas ruas vou sem nutrir-me, calado,
não me sustenta o pão, a aurora me desequilibra,
busco o som líquido de teus pés no dia.
Estou faminto de teu riso resvalado,
de tuas mãos cor de furioso celeiro,
tenho fome da pálida pedra de tuas unhas,
quero comer tua pele como uma intacta amêndoa.
Quero comer o raio queimado de tua beleza,
o nariz soberano do arrogante rosto,
quero comer a sombra fugaz de tuas pestanas
e faminto venho e vou olfateando o crepúsculo
buscando-te, buscando teu coração ardente
como um puma na solidão de Quitratúe.
Pablo Neruda
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
.tpm.
tensão pré-menstrual, vulgo tpm.
ocorrências que só acontecem no corpo feminino. a menstruação deveria ser analisada não somente da forma científica da questão, mas estudar as sensações, emoções e corpo de uma mulher em seu período menstrual.
não preciso marcar em tabelinha e nem ficar contando dias - felizmente não passo por esse mal da preocupação, mas passo por todo o processo que as mulheres sofrem.
sei exatamente quando vou menstruar: meu corpo muda, meu humor fica extremamente variado, indo da alegria à mais funda tristeza, as coisas ficam chatas e sem graças. mas tudo bem, nunca tive crises extremas de dizer que preferia ser homem para não menstruar. longe de mim!
já ouvi histórias muito engraçadas de diversas mulheres: uma corta o cabelo em seus dias de tpm, outras não falam com ninguém, umas ofendem o namorado porque parecem não dar-lhes atenção que merecem, e outras histórias assim.
nos tribunais jurídicos, quando uma mulher comete um delito, pode ser considerado se ela estava de tpm. incrível! pode-se matar o marido e alegar tpm! prático!
se uma mulher de tpm é ruim, imagina o que são duas compartilhando da mesma paranóia!
o corpo feminino é algo mágico e muito curioso...
ocorrências que só acontecem no corpo feminino. a menstruação deveria ser analisada não somente da forma científica da questão, mas estudar as sensações, emoções e corpo de uma mulher em seu período menstrual.
não preciso marcar em tabelinha e nem ficar contando dias - felizmente não passo por esse mal da preocupação, mas passo por todo o processo que as mulheres sofrem.
sei exatamente quando vou menstruar: meu corpo muda, meu humor fica extremamente variado, indo da alegria à mais funda tristeza, as coisas ficam chatas e sem graças. mas tudo bem, nunca tive crises extremas de dizer que preferia ser homem para não menstruar. longe de mim!
já ouvi histórias muito engraçadas de diversas mulheres: uma corta o cabelo em seus dias de tpm, outras não falam com ninguém, umas ofendem o namorado porque parecem não dar-lhes atenção que merecem, e outras histórias assim.
nos tribunais jurídicos, quando uma mulher comete um delito, pode ser considerado se ela estava de tpm. incrível! pode-se matar o marido e alegar tpm! prático!
se uma mulher de tpm é ruim, imagina o que são duas compartilhando da mesma paranóia!
o corpo feminino é algo mágico e muito curioso...
domingo, 18 de janeiro de 2009
.reflexo no espelho.
."quem seria esse ser que encontra-se refletido na imagem?".
quando pequena, tinha um costume engraçado: ficava defronte ao espelho repetindo meu nome. às vezes, achava que esse não era o meu nome, outras achava que não parecia comigo e outras, que eu era alguém desconhecido vivendo a história de algum conto.
quem seria esse ser que se reflete quando estamos frente ao espelho? esse ser com olhos, nariz, lábios nossos, mas parece não os sermos. seria uma espécie de loucura não nos reconhecermos? ou seria uma face da sanidade?
ontem, envolvida por um clima de passado com presente, angústia e perdão, fiquei em prantos silenciosos, dentro de meu ser, entre pensamentos que, em instantes, me levaram à lembranças e planos, à dores e curas, à sensações que sustentariam medo, se não tivesse sido tão rápido.
com o vento no meu rosto, pude secar as lágrimas que trilhavam minha pele e, ao som de U2, me animar novamente. nesse meio tempo, fui invadida por um turbilhão de emoções e esperanças, vontades de fazer meus planos e sonhos concretizarem.
como agradeci por aquele momento! me senti como um ser em pleno extremo de um momento que o enfraquece e, de repente, fui preenchida por sensações que inebriaram até meus segredos...
tenho algumas coisas pendentes, coisas para trabalhar.
ainda não sei se as realizarei nesta ou se as levarei para outra vez.
o momento chegará.
disso eu sei.
quando pequena, tinha um costume engraçado: ficava defronte ao espelho repetindo meu nome. às vezes, achava que esse não era o meu nome, outras achava que não parecia comigo e outras, que eu era alguém desconhecido vivendo a história de algum conto.
quem seria esse ser que se reflete quando estamos frente ao espelho? esse ser com olhos, nariz, lábios nossos, mas parece não os sermos. seria uma espécie de loucura não nos reconhecermos? ou seria uma face da sanidade?
ontem, envolvida por um clima de passado com presente, angústia e perdão, fiquei em prantos silenciosos, dentro de meu ser, entre pensamentos que, em instantes, me levaram à lembranças e planos, à dores e curas, à sensações que sustentariam medo, se não tivesse sido tão rápido.
com o vento no meu rosto, pude secar as lágrimas que trilhavam minha pele e, ao som de U2, me animar novamente. nesse meio tempo, fui invadida por um turbilhão de emoções e esperanças, vontades de fazer meus planos e sonhos concretizarem.
como agradeci por aquele momento! me senti como um ser em pleno extremo de um momento que o enfraquece e, de repente, fui preenchida por sensações que inebriaram até meus segredos...
tenho algumas coisas pendentes, coisas para trabalhar.
ainda não sei se as realizarei nesta ou se as levarei para outra vez.
o momento chegará.
disso eu sei.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
.sonhos II.
eu poderia escrever sempre sobre meus sonhos; são confusos, as coisas se misturam numa só e traz muito dúvida quando acordo. acredito muito nos meus sonhos e eles funcionam. parecem anunciarem o futuro ou me levar à algo pendente do passado.
o sonho mais agradável que tive essa semana, foi de domingo para segunda, e era mais ou menos assim:
"estava eu parada em uma fila da qual seria uma tarde de autográfo da Adriana Calcanhotto e seu livro "Saga Lusa". eu era a próxima e, enquanto ela assinava o livro da menina que se encontrava frente à mesa, ela olhou para mim e disse: eu li o que você escreveu no blog sobre mim e gostei muito. gostei da estrutura dos textos e tenho acompanhado eles. adorei o 'alice'. e ficamos papeando enquanto ela, novamente, autografava meu livro e pediu que eu aguardasse até ela terminar aquela sessão. e eu fiquei esperando e depois fui para o camarim, e ficamos conversando sobre a arte de escrever."
o sonho foi mais ou menos assim, de forma rápida e sem detalhes. gente, acho engraçadíssimo sonhar com a AC, até porquê não é mistério e todos os meus amigos sabem que eu adoro ela. mas achei engraçado o fato de ela dizer, no sonho, que acompanhava o blog. já pensou? me faltaria palavras...
mas pensei sobre minha escrita mesmo. com as minhas letras, minha forma de escrever, com letras minúsculas e com montagens avulsas. será que seria uma escrita aprovada? mas é tão pessoal, é tão meu esse jeito...
e as coisas que tenho escrito, tem feito-me pensar mesmo em seguir em frente sobre meu futuro na escrita. quem sabe, um dia, seria eu uma escritora?
o sonho mais agradável que tive essa semana, foi de domingo para segunda, e era mais ou menos assim:
"estava eu parada em uma fila da qual seria uma tarde de autográfo da Adriana Calcanhotto e seu livro "Saga Lusa". eu era a próxima e, enquanto ela assinava o livro da menina que se encontrava frente à mesa, ela olhou para mim e disse: eu li o que você escreveu no blog sobre mim e gostei muito. gostei da estrutura dos textos e tenho acompanhado eles. adorei o 'alice'. e ficamos papeando enquanto ela, novamente, autografava meu livro e pediu que eu aguardasse até ela terminar aquela sessão. e eu fiquei esperando e depois fui para o camarim, e ficamos conversando sobre a arte de escrever."
o sonho foi mais ou menos assim, de forma rápida e sem detalhes. gente, acho engraçadíssimo sonhar com a AC, até porquê não é mistério e todos os meus amigos sabem que eu adoro ela. mas achei engraçado o fato de ela dizer, no sonho, que acompanhava o blog. já pensou? me faltaria palavras...
mas pensei sobre minha escrita mesmo. com as minhas letras, minha forma de escrever, com letras minúsculas e com montagens avulsas. será que seria uma escrita aprovada? mas é tão pessoal, é tão meu esse jeito...
e as coisas que tenho escrito, tem feito-me pensar mesmo em seguir em frente sobre meu futuro na escrita. quem sabe, um dia, seria eu uma escritora?
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
.A guerra contra os judeus.
ROBERT KURZ
ESPECIAL PARA A FOLHA
As reações políticas à guerra em Gaza mostram que o número de amigos de Israel diminui com o aumento da precariedade da sua situação militar. Ocorre um deslocamento tectônico na relação de forças. Desde sempre o Oriente Médio foi palco não de conflitos limitados entre interesses regionais, mas de um conflito vicário, isto é, de um conflito entre atores substitutos, paradigmático e com forte carga ideológica.
Na época da Guerra Fria, o conflito entre Israel e a Palestina era visto como paradigma da oposição entre um imperialismo ocidental liderado pelos EUA e um campo "anti-imperialista", cuja liderança era disputada pela União Soviética e a China.
A propaganda de ambos os lados ignorou aqui o duplo caráter do Estado israelense -por um lado um país moderno convencional no âmbito do mercado mundial, por outro uma resposta dos judeus à ideologia da marginalização eliminadora do antissemitismo europeu e, sobretudo, alemão.
Subsumia-se Israel a uma constelação da política mundial, que nunca explicou cabalmente o país. Depois do colapso do socialismo de Estado e dos "movimentos nacionais de libertação", que tinham formulado um programa de "desenvolvimento recuperador" com base no mercado mundial, a natureza do conflito vicário sofreu uma modificação fundamental.
No Oriente Médio e além das suas fronteiras, o lugar dos regimes desenvolvimentistas laicos foi ocupado pelo assim chamado islamismo, que se revela apenas na aparência como movimento tradicionalista de cunho religioso. Na realidade, ele é uma ideologia culturalista pós-moderna da crise de uma parte das elites há muito tempo ocidentalizadas nos países islâmicos, que representam o potencial autoritário da pós-modernidade e absorveram o antissemitismo europeu, não-islâmico na íntegra. Nessa região, os segmentos do capital que fracassaram no mercado mundial declararam a guerra aos judeus como combate paradigmático à dominação ocidental. Inversamente, o imperialismo da crise ocidental, encabeçado pelos EUA, transformou o islamismo no novo inimigo principal depois de tê-lo aleitado e abastecido com armas antes, durante a Guerra Fria.
Penúria ideológica
Essa nova constelação levou a confusões ideológicas de grau imprevisto. Nas regiões de crise, o neoliberalismo parecia identificar-se com a guerra da ordem mundial capitalista contra os "Estados em desagregação"; no Oriente Médio, parecia identificar-se com Israel. Desde então, correntes neofascistas do mundo inteiro andam de mãos dadas com a "luta de resistência" islâmica de viés antissemita, embora ao mesmo tempo aticem sentimentos racistas contra migrantes dos países islâmicos.
Segmentos expressivos da esquerda global também passaram a transferir sem qualquer cerimônia a glorificação do velho "anti-imperialismo" aos movimentos e regimes islâmicos. Isso só pode ser caracterizado como penúria ideológica, pois o islamismo é contra tudo o que a esquerda defendeu na sua história: pune o homossexualismo com a pena capital e trata as mulheres como seres de segunda categoria.
A responsabilidade por isso também não deve ser atribuída a nenhuma religião tradicional, mas a uma militância de tinturas culturalistas do patriarcado capitalista, hoje em crise, que se dá a conhecer de outro modo também no Ocidente. A nada santa aliança entre o caudilhismo "socialista" de um Hugo Chávez e o islamismo representa apenas a ratificação dessa decadência ideológica no plano da política mundial, destituída de qualquer perspectiva emancipadora.
Desde a recente quebra financeira, sem precedentes na história, a constelação global está dando uma volta a mais.
Agora fica claro que o colapso do socialismo de Estado e dos regimes desenvolvimentistas nacionais foi apenas o prenúncio de uma grande crise do mercado mundial. O neoliberalismo está falido e a guerra da ordem mundial capitalista não mais pode ser financiada. Nessa situação evidencia-se que Israel sempre foi apenas um peão no tabuleiro de xadrez do imperialismo da crise global.
A própria administração Bush no fim passou a considerar inofensivo o programa iraniano de armamento nuclear. Os interesses dos EUA e de Israel se dissociam. Obama não dispõe mais de uma margem de atuação político-militar. A guerra islâmica contra os judeus é aceita como inevitável. Por isso os lançamentos de foguetes do Hamas sobre a população civil israelense se afiguram inessenciais.
A opinião pública global caracteriza o contra-ataque israelense majoritariamente como "desproporcional". Os palestinos em Gaza são percebidos como vítimas juntamente com o Hamas, como se esse regime não se tivesse imposto em uma sangrenta guerra civil contra o grupo laico Fatah.
Assim a propaganda islâmica do massacre da população civil cai em terra fértil. Com efeito, o Hamas transforma, exatamente como o Hizbollah libanês em 2006, a população em refém, ao transformar mesquitas em depósitos de armamentos e permitir que seus quadros armados atirem de escolas ou hospitais. A opinião pública mundial ignora isso, pois já reconheceu o Hamas como "poder de garantia da ordem" em meio à crise social.
Por isso o pragmatismo capitalista se volta, conforme se pode observar até na imprensa burguesa de orientação liberal, cada vez mais contra a autodefesa israelense. Aqui reside, de resto, o segredo da virada neoestatista em meio à queda da economia global: as massas depauperadas devem ser pacificadas com meios autoritários, e para tanto serve agora até o islamismo, ainda mais se ele logra legitimar-se formalmente como democracia. Mesmo uma esquerda, que não tem mais um objetivo socialista e se jacta da pós-moderna "perda de todas as certezas", corre o risco de identificar-se com a administração autoritária da crise e aceitar como inevitável a guerra islâmica contra os judeus, como se ela fosse um mero flanqueamento ideológico.
O conflito vicário alcançou uma dimensão social no plano global. Contra o "mainstream" ideológico, faz-se mister constatar que o aniquilamento do Hamas e do Hizbollah é condição elementar não apenas de uma paz capitalista precária na Palestina, mas também de uma melhoria das condições sociais.
Se as perspectivas para tanto são ruins, são boas para a desagregação da sociedade mundial na barbarização.
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ROBERT KURZ é sociólogo alemão, autor de "O Colapso da Modernização" (Paz e Terra).
____________
recebi esse texto por e-mail, achei-o bem interessante e fica para postagem.
ESPECIAL PARA A FOLHA
As reações políticas à guerra em Gaza mostram que o número de amigos de Israel diminui com o aumento da precariedade da sua situação militar. Ocorre um deslocamento tectônico na relação de forças. Desde sempre o Oriente Médio foi palco não de conflitos limitados entre interesses regionais, mas de um conflito vicário, isto é, de um conflito entre atores substitutos, paradigmático e com forte carga ideológica.
Na época da Guerra Fria, o conflito entre Israel e a Palestina era visto como paradigma da oposição entre um imperialismo ocidental liderado pelos EUA e um campo "anti-imperialista", cuja liderança era disputada pela União Soviética e a China.
A propaganda de ambos os lados ignorou aqui o duplo caráter do Estado israelense -por um lado um país moderno convencional no âmbito do mercado mundial, por outro uma resposta dos judeus à ideologia da marginalização eliminadora do antissemitismo europeu e, sobretudo, alemão.
Subsumia-se Israel a uma constelação da política mundial, que nunca explicou cabalmente o país. Depois do colapso do socialismo de Estado e dos "movimentos nacionais de libertação", que tinham formulado um programa de "desenvolvimento recuperador" com base no mercado mundial, a natureza do conflito vicário sofreu uma modificação fundamental.
No Oriente Médio e além das suas fronteiras, o lugar dos regimes desenvolvimentistas laicos foi ocupado pelo assim chamado islamismo, que se revela apenas na aparência como movimento tradicionalista de cunho religioso. Na realidade, ele é uma ideologia culturalista pós-moderna da crise de uma parte das elites há muito tempo ocidentalizadas nos países islâmicos, que representam o potencial autoritário da pós-modernidade e absorveram o antissemitismo europeu, não-islâmico na íntegra. Nessa região, os segmentos do capital que fracassaram no mercado mundial declararam a guerra aos judeus como combate paradigmático à dominação ocidental. Inversamente, o imperialismo da crise ocidental, encabeçado pelos EUA, transformou o islamismo no novo inimigo principal depois de tê-lo aleitado e abastecido com armas antes, durante a Guerra Fria.
Penúria ideológica
Essa nova constelação levou a confusões ideológicas de grau imprevisto. Nas regiões de crise, o neoliberalismo parecia identificar-se com a guerra da ordem mundial capitalista contra os "Estados em desagregação"; no Oriente Médio, parecia identificar-se com Israel. Desde então, correntes neofascistas do mundo inteiro andam de mãos dadas com a "luta de resistência" islâmica de viés antissemita, embora ao mesmo tempo aticem sentimentos racistas contra migrantes dos países islâmicos.
Segmentos expressivos da esquerda global também passaram a transferir sem qualquer cerimônia a glorificação do velho "anti-imperialismo" aos movimentos e regimes islâmicos. Isso só pode ser caracterizado como penúria ideológica, pois o islamismo é contra tudo o que a esquerda defendeu na sua história: pune o homossexualismo com a pena capital e trata as mulheres como seres de segunda categoria.
A responsabilidade por isso também não deve ser atribuída a nenhuma religião tradicional, mas a uma militância de tinturas culturalistas do patriarcado capitalista, hoje em crise, que se dá a conhecer de outro modo também no Ocidente. A nada santa aliança entre o caudilhismo "socialista" de um Hugo Chávez e o islamismo representa apenas a ratificação dessa decadência ideológica no plano da política mundial, destituída de qualquer perspectiva emancipadora.
Desde a recente quebra financeira, sem precedentes na história, a constelação global está dando uma volta a mais.
Agora fica claro que o colapso do socialismo de Estado e dos regimes desenvolvimentistas nacionais foi apenas o prenúncio de uma grande crise do mercado mundial. O neoliberalismo está falido e a guerra da ordem mundial capitalista não mais pode ser financiada. Nessa situação evidencia-se que Israel sempre foi apenas um peão no tabuleiro de xadrez do imperialismo da crise global.
A própria administração Bush no fim passou a considerar inofensivo o programa iraniano de armamento nuclear. Os interesses dos EUA e de Israel se dissociam. Obama não dispõe mais de uma margem de atuação político-militar. A guerra islâmica contra os judeus é aceita como inevitável. Por isso os lançamentos de foguetes do Hamas sobre a população civil israelense se afiguram inessenciais.
A opinião pública global caracteriza o contra-ataque israelense majoritariamente como "desproporcional". Os palestinos em Gaza são percebidos como vítimas juntamente com o Hamas, como se esse regime não se tivesse imposto em uma sangrenta guerra civil contra o grupo laico Fatah.
Assim a propaganda islâmica do massacre da população civil cai em terra fértil. Com efeito, o Hamas transforma, exatamente como o Hizbollah libanês em 2006, a população em refém, ao transformar mesquitas em depósitos de armamentos e permitir que seus quadros armados atirem de escolas ou hospitais. A opinião pública mundial ignora isso, pois já reconheceu o Hamas como "poder de garantia da ordem" em meio à crise social.
Por isso o pragmatismo capitalista se volta, conforme se pode observar até na imprensa burguesa de orientação liberal, cada vez mais contra a autodefesa israelense. Aqui reside, de resto, o segredo da virada neoestatista em meio à queda da economia global: as massas depauperadas devem ser pacificadas com meios autoritários, e para tanto serve agora até o islamismo, ainda mais se ele logra legitimar-se formalmente como democracia. Mesmo uma esquerda, que não tem mais um objetivo socialista e se jacta da pós-moderna "perda de todas as certezas", corre o risco de identificar-se com a administração autoritária da crise e aceitar como inevitável a guerra islâmica contra os judeus, como se ela fosse um mero flanqueamento ideológico.
O conflito vicário alcançou uma dimensão social no plano global. Contra o "mainstream" ideológico, faz-se mister constatar que o aniquilamento do Hamas e do Hizbollah é condição elementar não apenas de uma paz capitalista precária na Palestina, mas também de uma melhoria das condições sociais.
Se as perspectivas para tanto são ruins, são boas para a desagregação da sociedade mundial na barbarização.
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ROBERT KURZ é sociólogo alemão, autor de "O Colapso da Modernização" (Paz e Terra).
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recebi esse texto por e-mail, achei-o bem interessante e fica para postagem.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
.conversão de deuses.
tenho manias que amo e outras nem tanto. tenho vício que me divertem e outros que luto para largar. tenho sentidos dramáticos, na verdade, diria que eles são piores que novela mexicana. são os meus extremos, ou muito ou pouco, o meio termo às vezes pode parecer chato. assim como o banho tem de ser quente, porque o morno vacila entre o gelado também.
descobri que a minha seriedade pode ser vista com pavor. achei engraçado, mas depois cai em uma crise que não pude conter as lágrimas e até a minha mãe me consolou. ponto é: ou você é criticada por ser uma tola inútil ou por ser inteligente. o meio termo, nesse caso, existe. assim como um ditado que fala sobre isso: "é fácil para um inteligente se fingir de tolo, mas é difícil para um tolo se fingir de inteligente". algumas coisas aceleraram meu processo de crescimento mental. não passei por algumas fases que sa adolescentes tem. meus interesses eram por coisas mais críticas do que brincadeiras de menininhas.
a pessoa que fez o comentário, disse que estou muito fria em relação à relacionamentos. (?!). quero fazer um ponto aqui: tenho 21 anos, estou no 3º ano de sociais e tenho projetos para concretizar. não quero mais dedicar meu tempo lamúriando ou dedicando meus pensamentos para ninguém. durante um tempo, fiz isso e ocupei minha cabeça demais para descobrir que preciso me dedicar aos meus objetivos. terei muito tempo ainda para viver. não parei de me interessar por pessoas, mas decidi que não as quero mais tomando meu tempo. e deixo isso muito claro. quer? essas são as minhas condições.
não, não acredito que eu esteja fria. estou sendo realista e decidida. não preciso mostrar para ninguém meu lado mais particular, cultivo-o em meu jardim secreto, junto com as margaridas da vida.
a vida é assim. e que seja assim.
aprendi sobre essas coisas com a minha mãe. se quiserem reclamar, liguem para ela.
objetivos de vida:
. plantar uma árvore (várias)
. escrever um livro (alguns)
. ter um filho (no meu caso, gatos ou afilhados).
e o resto que fique subentendido.
Por Samira Nagib.
descobri que a minha seriedade pode ser vista com pavor. achei engraçado, mas depois cai em uma crise que não pude conter as lágrimas e até a minha mãe me consolou. ponto é: ou você é criticada por ser uma tola inútil ou por ser inteligente. o meio termo, nesse caso, existe. assim como um ditado que fala sobre isso: "é fácil para um inteligente se fingir de tolo, mas é difícil para um tolo se fingir de inteligente". algumas coisas aceleraram meu processo de crescimento mental. não passei por algumas fases que sa adolescentes tem. meus interesses eram por coisas mais críticas do que brincadeiras de menininhas.
a pessoa que fez o comentário, disse que estou muito fria em relação à relacionamentos. (?!). quero fazer um ponto aqui: tenho 21 anos, estou no 3º ano de sociais e tenho projetos para concretizar. não quero mais dedicar meu tempo lamúriando ou dedicando meus pensamentos para ninguém. durante um tempo, fiz isso e ocupei minha cabeça demais para descobrir que preciso me dedicar aos meus objetivos. terei muito tempo ainda para viver. não parei de me interessar por pessoas, mas decidi que não as quero mais tomando meu tempo. e deixo isso muito claro. quer? essas são as minhas condições.
não, não acredito que eu esteja fria. estou sendo realista e decidida. não preciso mostrar para ninguém meu lado mais particular, cultivo-o em meu jardim secreto, junto com as margaridas da vida.
a vida é assim. e que seja assim.
aprendi sobre essas coisas com a minha mãe. se quiserem reclamar, liguem para ela.
objetivos de vida:
. plantar uma árvore (várias)
. escrever um livro (alguns)
. ter um filho (no meu caso, gatos ou afilhados).
e o resto que fique subentendido.
Por Samira Nagib.
.eu e outras partes de mim.
"O que é que eu posso contra o encanto desse amor que eu nego tanto,
evito tanto e que no entanto volta sempre a enfeitiçar,
com seus mesmos tristes velhos fatos,
que num álbum de retratos eu teimo em colecionar".
.procurando na internet músicas que falem sobre 'mulher' para o projeto "Todas as Marias e Clarisses", fui indicada por uma professora à procurar por "mulheres+chico", e assim o fiz. muitas coisas apareceram, vários links sobre suas músicas e me chamou a atenção um ensaio de uma psicóloga analítica, Isabel Labriola, nesse link (http://www.salves.com.br/virtua/mulheres_em_chico.htm), onde ela faz uma análise das músicas de Chico Buarque referentes à mulher.
bom, preciso dizer que fiquei surpresa e inebriada com esse ensaio, suposto que fez me pensar sobre as músicas do Chico e de como canta com suas poesias os tesouros dos nossos sentimentos e sensações mais verdadeiras. Algo que a própria ensaísta afirma: "Podemos encontrar nas canções de Chico as personagens femininas que compõem variadas concepções sobre a mulher presentes na nossa cultura, da santa à puta, de um feminino submisso e passivo a um feminino masculino e ativo. A importância da obra do Chico, para além da sua beleza plástica e sonora, está nas tonalidades interpretativas que ele compõe para se relacionar com as variações do feminino, sugerindo sempre a autoridade de uma identidade para cada mulher".
ele transforma qualquer realidade de sentimentos e sentidos humanos em poesia. existe uma música do Chico para cada situação, desde amor que dilacera os sentidos:" Oh, pedaço de mim Oh, metade amputada de mim Leva o que há de ti Que a saudade dói latejada É assim como uma fisgada No membro que já perdi", do amor violento: " Eu encurralava Te dominava Te violava no chão Te deixava rota, morena Se eu fosse o teu patrão", do amor passado: " Apesar de você Amanhã há de ser outro dia. Ainda pago pra ver O jardim florescer Qual você não queria." e do amor vivido: "E pela minha lei A gente era obrigado a ser feliz E você era a princesa que eu fiz coroar E era tão linda de se admirar Que andava nua pelo meu país", entre outras tantas.
já ouvi pessoas dizerem que não gostam de Chico porque ele é burguês. ou que as músicas dele são muito românticas. alguém já parou para pensar que Chico deixa florescer em suas canções o lado feminino do seu eu? assim como qualquer pessoa possui dentro de si uma dualidade.
Chico canta o que qualquer mulher gostaria de ouvir, talvez por deixar-se sentir pelo seu lado mais feminino, sem alterar sua opção sexual.
Chico, me liga!
por Samira Nagib.
domingo, 4 de janeiro de 2009
.receita para se fazer uma pessoa melhor.
qual será a receita certa para se fazer uma pessoa melhor?
seria acrescentar pitadas de sentimentos, com algumas gotas de harmonia, adicionar família e amigos, misturar com um pouco de quintessência e esperar para que ele tenha consciência própria sobre seus atos para que esteja pronto? quanto tempo isso demoraria?
não existe fórmula para se criar seres humanos e não viemos do pó. não somos livres do egoísmo e suas mil formas de acontecer. não somos livres do medo que acompanha nossos dias; desde medo do escuro até medo de morrer. não somos livres da cobiça humana; existe um ditado popular que afirma que "a grama do vizinho é sempre mais verde que a nossa", o que abre uma brecha aceita pela sociedade de cobiçar algo que não seja nossa, e que talvez, nunca o seja. não somos livres da ignorância, ódio e desprezo por coisas que não nos agradem. nascemos com algumas tendências que acredito serem da modernidade. não estamos mais lidando com dragões que raptam princesas ou que ateiam fogo em aldeias, estamos lidando com seres humanos grotescos que matam seus próprios entes para não dividir valores. lidamos com seres que fazer guerras para não dividir terra. lidamos com seres que já não "sentem", mas que preferem "ter" para ostentar para os outros, fazendo suas vidas de vitrines ou de "privacidade de seres comuns que querem mostrar que são legais".
temo pelo caminho do qual a humanidade está tomando. a natureza se rebela por diversas formas pelos anos que foi abusada, violentada, explorada e dilacerada; se vinga por todos esses anos que tentou dizer e ninguém ouviu e nem viu as formas de gritar.
acaba-se com as pessoas ou a forma que elas são criadas?
não, não sou uma das melhores pessoas da terra. não sou gandhi e nenhuma boa samaritana.
estou aprendendo muito, ainda mais sobre a caminhada. ela é permanente e tem seus espinhos.
o que seria de mim se não fosse os espinhos das rosas!? oh, como as agradeço!
querida, não vejo só o lado positivo das coisas, não acho que tudo seja perfeito. mas não passarei minha vida olhando pedras e lastimando memórias passadas.
"ser bom ou agir bem?" - frase tirada de uma tira de quadrinhos do Calvin e Haroldo.
obra: "Criança geopolítica observando o nascimento do homem novo" de Salvador Dalí.
seria acrescentar pitadas de sentimentos, com algumas gotas de harmonia, adicionar família e amigos, misturar com um pouco de quintessência e esperar para que ele tenha consciência própria sobre seus atos para que esteja pronto? quanto tempo isso demoraria?
não existe fórmula para se criar seres humanos e não viemos do pó. não somos livres do egoísmo e suas mil formas de acontecer. não somos livres do medo que acompanha nossos dias; desde medo do escuro até medo de morrer. não somos livres da cobiça humana; existe um ditado popular que afirma que "a grama do vizinho é sempre mais verde que a nossa", o que abre uma brecha aceita pela sociedade de cobiçar algo que não seja nossa, e que talvez, nunca o seja. não somos livres da ignorância, ódio e desprezo por coisas que não nos agradem. nascemos com algumas tendências que acredito serem da modernidade. não estamos mais lidando com dragões que raptam princesas ou que ateiam fogo em aldeias, estamos lidando com seres humanos grotescos que matam seus próprios entes para não dividir valores. lidamos com seres que fazer guerras para não dividir terra. lidamos com seres que já não "sentem", mas que preferem "ter" para ostentar para os outros, fazendo suas vidas de vitrines ou de "privacidade de seres comuns que querem mostrar que são legais".
temo pelo caminho do qual a humanidade está tomando. a natureza se rebela por diversas formas pelos anos que foi abusada, violentada, explorada e dilacerada; se vinga por todos esses anos que tentou dizer e ninguém ouviu e nem viu as formas de gritar.
acaba-se com as pessoas ou a forma que elas são criadas?
não, não sou uma das melhores pessoas da terra. não sou gandhi e nenhuma boa samaritana.
estou aprendendo muito, ainda mais sobre a caminhada. ela é permanente e tem seus espinhos.
o que seria de mim se não fosse os espinhos das rosas!? oh, como as agradeço!
querida, não vejo só o lado positivo das coisas, não acho que tudo seja perfeito. mas não passarei minha vida olhando pedras e lastimando memórias passadas.
"ser bom ou agir bem?" - frase tirada de uma tira de quadrinhos do Calvin e Haroldo.
obra: "Criança geopolítica observando o nascimento do homem novo" de Salvador Dalí.
sábado, 3 de janeiro de 2009
.faxina virtual.
como é começo de ano, resolvi limpar algumas coisas que ainda guardava na caixa de e-mails.
vi pasta por pasta, de meus queridos amigos, e-mails que vieram em diversos momentos.
reli todos e apaguei alguns. sei que eles vão entender!
Deco: sim, vivemos coisas que todos passam. e vêr que você está tão feliz hoje, me faz crêr em esperanças e viver com calma, sem pressa. se a fruta tem hora para cair da árvore, terei a minha também. obrigada pelo apoio que sempre tive contigo! te amo muito e intuo amor para vocês!
Fernanda FluFlu: tão linda! me acompanha já há algum tempo e tem sido tão maravilhosa comigo. paciente e amiga. obrigada pelo apoio sempre. boa notícia: agora tudo está diferente! ah, parabéns pelo 1º ano de casada com o Fly! muita luz, força e amor para a caminhada de vocês!
Maga: os apoios foram tantos! tudo bem, não deu certo. mas pude ter certeza que posso contar contigo em lágrimas e alegrias também. adorei reler os e-mails e lembrar da época que passavamos pela mesma dúvida. fico muito feliz que estejas tão bem e tão feliz! intuo muito amor para vocês!
Rafitchas: sempre foram e-mails de ensinamentos, conselhos e simplesmente alguns "ois". amo muito você e adoro saber que estás tão bem! aproveite cada uma dessas sensações, porque elas vêm em formas novas! te amo e muita luz!
Ricardo: putz, sem palavras para ti! te amo por todos esses e-mails e por coisas infinitas! tenho todos os e-mails trocados. adoro reler e pensar em nós. te amo muito e quero estar ao seu lado até o envelhecer!
e tenho não só apagado coisas virtuais, mas coisas físicas também.
estou em tempo de mudanças. e só para melhores!
consegui apagar alguns e-mails e contatos.
fiquei feliz com isso!
obrigada todos os meus amigos!
muito do que sou, devo à vocês!
ano novo. coisas novas.
vi pasta por pasta, de meus queridos amigos, e-mails que vieram em diversos momentos.
reli todos e apaguei alguns. sei que eles vão entender!
Deco: sim, vivemos coisas que todos passam. e vêr que você está tão feliz hoje, me faz crêr em esperanças e viver com calma, sem pressa. se a fruta tem hora para cair da árvore, terei a minha também. obrigada pelo apoio que sempre tive contigo! te amo muito e intuo amor para vocês!
Fernanda FluFlu: tão linda! me acompanha já há algum tempo e tem sido tão maravilhosa comigo. paciente e amiga. obrigada pelo apoio sempre. boa notícia: agora tudo está diferente! ah, parabéns pelo 1º ano de casada com o Fly! muita luz, força e amor para a caminhada de vocês!
Maga: os apoios foram tantos! tudo bem, não deu certo. mas pude ter certeza que posso contar contigo em lágrimas e alegrias também. adorei reler os e-mails e lembrar da época que passavamos pela mesma dúvida. fico muito feliz que estejas tão bem e tão feliz! intuo muito amor para vocês!
Rafitchas: sempre foram e-mails de ensinamentos, conselhos e simplesmente alguns "ois". amo muito você e adoro saber que estás tão bem! aproveite cada uma dessas sensações, porque elas vêm em formas novas! te amo e muita luz!
Ricardo: putz, sem palavras para ti! te amo por todos esses e-mails e por coisas infinitas! tenho todos os e-mails trocados. adoro reler e pensar em nós. te amo muito e quero estar ao seu lado até o envelhecer!
e tenho não só apagado coisas virtuais, mas coisas físicas também.
estou em tempo de mudanças. e só para melhores!
consegui apagar alguns e-mails e contatos.
fiquei feliz com isso!
obrigada todos os meus amigos!
muito do que sou, devo à vocês!
ano novo. coisas novas.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
.sem meio termo.
o gosto pelos extremos: o gosto pelas esquisitisses: o gosto pelo que é diferente: o gosto pelo desconhecido: o gosto pelo saber: o gosto por gostos que não são dos outros :
quente ou gelado, amor ou indiferença, muito ou pouco, doce ou salgado, verde ou vermelho, triste ou alegre, sociável ou anti-social, ouvinte ou falante, com ou sem óculos, de calça ou vestido, ...
promessas para esse ano: apenas algumas coisas para melhorar.
coisas possíveis....
muita luz e força em 2009!
quente ou gelado, amor ou indiferença, muito ou pouco, doce ou salgado, verde ou vermelho, triste ou alegre, sociável ou anti-social, ouvinte ou falante, com ou sem óculos, de calça ou vestido, ...
promessas para esse ano: apenas algumas coisas para melhorar.
coisas possíveis....
muita luz e força em 2009!
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